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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Afastar Sarney para manter privilégios no limite da criminalidade

A possível demissão de 80 funcionários (depende ainda de processos administrativos, o que pode resultar em número muito menor) ainda é muito pouco perto dos R$ 2,7 bilhões por ano gasto no Senado.

Nas últimas semanas, inclusive no recesso parlamentar, o Diário Oficial da União e do Senado veio repleto de mudanças de gabinetes, mudanças de função de assessores comissionados, e exonerações seguidas de nomeação, para tornar legais antigas nomeações feitas por atos secretos.

Isso comprova que a grande maioria dos Senadores querem mais é abafar o caso e deixar intocáveis a mamata com dinheiro público que impera em seus gabinetes e na estrutura do Senado.

Mas, ainda que muito tímida, por enquanto, as 80 possíveis demissões foi a única medida moralizante que vem à público, de fato, até agora. E foi tomada justamente por Sarney, e não por aqueles que querem afastá-lo.

Isso comprova suspeitas de que, justamente na hora em que Sarney decidiu tomar medidas concretas cortando na própria carne do Senado, um grupo de senadores corruptos que ainda resistiam (muitos ligados à Sarney no passado) entrou em desespero e voltaram-se contra ele, para fazer parecer à opinião pública que os males do Senado se reduzem à Sarney e, afastando-o, o assunto caia no esquecimento, de forma que todos os outros possam continuar com a mamata à vontade.

Esse grupo de senadores corruptos (e a lista é grande), está tão desesperado com medo de mexerem na caixa de marimbondos de seus gabinetes, que fala até em fazer uma inusitada "greve" de senadores, ou seja, abandonarem o trabalho no Senado enquanto Sarney não renunciar.

Cada gabinete de senador (assim como de deputado e vereador) é um comitê de campanha e de financiamento eleitoral permanente.

Os assessores trabalham e contribuem com caixinhas de campanha para reeleger os senadores em 2010, e se mexem para conseguirem apoios republicanos e não republicanos (alguns ultrapassam a fronteira limite do tráfico de influência, e de subornos).

Muitos profissionais (que nem são correligionários) recebem durante o mandato, contratados como assessores, para trabalharem durante a campanha, como se fosse um carnê de pagamento à prestação pelos serviços prestados em campanha.

Se cada gabinete for obrigado a demitir gente, e trabalhar com uma estrutura enxuta, o esquema de campanha eleitoral em 2010 de quase todos os senadores desarranja. Profissionais de campanha de um Senador pode simplesmente vir a trabalhar na campanha do adversário em 2010, e levando muitos segredos inconfessáveis para o adversário.

Além disso, cada assessor é um arquivo vivo das maracutaias (grandes ou pequenas) que se passou nos gabinetes e nas campanhas do passado. Demitir um assessor, quase sempre é ligar um homem-bomba. Por isso o medo é tão grande, e todos preferem demonizar Sarney, em vez de agirem de acordo com o real interesse público, mexendo nas entranhas do Senado como um todo.

Cabe à sociedade se defender dessa jogada e nenhum cidadão aceitar ser feito de bobo por senadores espertalhões.

Cada cidadão que se indigna com os escândalos do senado, não pode aceitar o jogo dos senadores corruptos que querem fulanizar em um único nome o escândalo de todos. Quem exige ética e moral, precisa exigir de todos, a começar pelos representantes de seu próprio estado, tanto quanto cobram do senador do Amapá.

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