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sexta-feira, 10 de julho de 2009

Suposto Heráclito na Satiagraha: "Eu quero o meu, trabalhei prá isso"

Quem divulgou a notícia foi o PIG, o jornal Estadão, com intenções de invalidar provas da Satiagraha, mas vamos ao que interessa, porque até o Estadão entregou Heráclito.

O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República instalou sindicância após a operação Satiagraha para esclarecer a participação da ABIN (subordinada ao GSI) na operação, uma vez que questionava-se a lisura das atividades de seus servidores.

O general de divisão João Roberto de Oliveira presidiu a comissão e tomou depoimento de agentes da ABIN.

A agente Eloir Vetterlein descreveu a trancrição de um diálogo entre Humberto Braz (condenado por corrupção ativa a serviço de Daniel Dantas) e o senador Heráclito Fortes:

"Nas transcrições de conversas de Braz com o senador Heráclito, o parlamentar cobrava remuneração pecuniária pela aprovação de projetos de interesse do grupo; que se recorda de uma ligação onde pelo menos três vezes o senador fazia a cobrança; o senador dizia mais ou menos o seguinte: "Eu quero o meu, trabalhei prá isso"; que Humberto dizia que iria falar com o "homem"; que havia presunção de que tratar-se-ia do sr. Daniel Dantas."

A agente Sonia Maria Pagioro Cavalcante de Almeida declarou, sobre a transcrição de alguns diálogos:

"Que ouviu em uma ocasião uma conversa citando o senador Demóstenes Torres; que ouviu diálogos do senador Heráclito Fortes e supostamente de ministros do Poder Judiciário; que o assunto era acerca de operações financeiras; que ouviu diálogos de pessoa, provavelmente um lobista, que se articulava intensamente com ministros do Poder Judiciário e políticos, essa pessoa se chamava Guilherme".

Ao fim da sindicância, em dezembro de 2008, o general Jorge Armando Felix, ministro chefe do GSI, encaminhou cópias dos depoimentos à Procuradoria Geral da República "para conhecimento e providências que entender cabíveis".

O ministro destacou o conteúdo das declarações acima que vão das páginas 465 a 469 (Sonia)e da 796 a 798 (Eloir).

Em 2 de junho último, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza optou pelo arquivamento e não por abrir inquérito contra Heráclito Fortes (DEM-PI), porque entendeu que a frase "Eu quero o meu, trabalhei pra isso", fora do contexto do restante do diálogo, é insuficiente para fundamentar uma denúncia sobre cobrança de propina pelo Senador.

O Senador Heráclito negou o diálogo:

"Nunca tive um diálogo telefônico com esse Humberto Braz. Nunca vi canalhice tão grande. É uma irresponsabilidade. Os arapongas querem aliviar a posição dos colegas que gravaram o senador Demóstenes Torres e o ministro Gilmar Mendes. Vi uma única vez esse Braz e não simpatizei. Se acharem de fato conversa minha com ele eu renuncio."

Nem precisa dizer isso. Da mesma forma que Yeda Crusius negou as acusações do PSOL, e agora as provas apareceram... caso as provas contra Heráclito aparecerem, é claro que terá que renunciar.

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