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domingo, 5 de julho de 2009

Senadores do PT ficarão com todo o ônus da corrupção no Senado, se derrubarem Sarney, e consagrarão o PSDB

Se derrubarem Sarney, não será por falta de avisar, já consigo antever as seguintes manchetes cínicas, uma ou duas semanas depois:

Revista Veja: "Direção do PSDB moraliza Senado, que PT havia desmoralizado"

Estadão: "Perillo, do PSDB, aplica choque de gestão no Senado"

Folha: "Serra reune-se com Perillo para ver cortes de custos no Senado que PT não fez"

Jornal Nacional: "Sob nova direção do PSDB, senado corta mais de 1.000 terceirizados, dando fim à gastança que o PT apoiava"

Logo abaixo vem a notícia: ... Quando estava sob direção do PMDB [não falarão o nome de Sarney nem de Renan], com APOIO do PT, o senado atingiu o fundo do poço ... mesmo Tião Viana [falarão o nome de Tião Viana], do PT, esteve na presidência por 3 meses, e... bla... bla... bla...


Ou seja, o DEM e o PSDB ficarão com o bônus, o PT com ônus, o PMDB correrá por fora (ora sendo atacado, ora sendo poupado pela imprensa demo-tucana, conforme a conveniência).

O primeiro senador do PT foi Eduardo Suplicy, a partir de 1991. O PT nunca teve maioria no Senado.

Portanto é óbvio que a maior responsabilidade pela situação adminsitrativa do Senado vem da ARENA, PDS, PFL, DEMos. Foram eles que promoveram os trens da alegria que elevaram os custos com pessoal à R$ 2 bilhões por ano, inclusive os aposentados e pensionistas de hoje, ingressados ao longo dos anos.

Não foi o PT, foram senadores do DEMos que criaram as estruturas do Senado para acomodar gente, para controlar contratos e licitações.

O jogo dos demo-tucanos é previsível e está desenhado o show de cinismo que vamos ser obrigados a assitir:

Se Sarney sai, Perillo assume. Ainda que por pouco tempo, será suficiente para faturar politicamente em cima das providências que o próprio Sarney tomou, sob pressão, como a auditoria da Fundação Getúlio Vargas (que já está enxugando gastos supérfluos do Senado, feito pelos DEMos).

Para a imprensa, que hoje trata o senado como covil de ladrões, tratará Perillo e Heráclito como os homens que "moralizam" o Senado. O tucano será a versão do "choque de gestão" no Senado. Será o novo "caçador de marajás".

Já vejo a capa da Veja reservada para Perillo desfilar as "maravilhas" que fez no Senado sob "nova gestão do PSDB".

O Jornal Nacional noticiará: "sob nova direção do PSDB, senado corta mais de 1000 terceirizados"...

Ora, são os 1.000 terceirizados que auditoria da FGV contratada por Sarney identificou que são dispensáveis ou fantasmas, que serão cortados da mesma forma se Sarney continuar onde está, e com bônus ficando para a base governista.

A transformação de Perillo em salvador do senado, inclusive limpará o caminho para Heráclito Fortes continuar "lavando a égua" para o DEMos na secretaria de administração do Senado, depois que o assunto esfriar.

A imprensa dividirá o Senado de antes e depois da gestão tucana de Perillo:

- elevarão Perillo à condição de senador "do bem" que "consertou o senado". E logo quem? Logo Perillo, que tem inquéritos e processos à exaustão no STF.

- Colocarão Tião Viana (do PT/AC, que substitui Renan interinamente) no mesmo balaio que eles chamarão de presidentes do "senado corrupto" de antes.

Como não podem acusar Tião Viana pessoalmente pelas supostas roubalheiras praticada na secretaria controlada pelo DEM, dirão que é incompetente, aloprado, seja lá o que for.

Quem for candidato à presidência do Senado da base governista, será desconstruído, um a um, retardando as eleições e mantendo Perillo por mais tempo, ou emplacando um Marco Maciel da vida.

Perillo controlará a agenda de escândalos no senado, direcionando para os senadores do PT ou do PMDB que incomodarem. Vazamentos seletivos sairão, como já aconteceu com Benedita da Silva (PT/RJ) quando era Senadora, Marina Silva já foi vítima de difamação em 2005, quando Sibá Machado era suplente. E Tião Viana também foi acusado de gastos com telefones, e cinicamente, o acusam de manter Agaciel Maia no cargo, quando era interino.

A bancada do PT do Senado, só tem duas escolhas: ou tira a mesa toda do senado, ou todos continuam onde estão, submetendo-se todos às investigações e reformas do senado.

Não há o que temer da imprensa, porque se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. A imprensa "jantará" os senadores do PT se entregarem a cabeça do Sarney na bandeja. Se enfrentarem a imprensa, ela terá que engolir os resultados dos cortes que estão sendo feitos no senado.

Em outra nota já escrevemos que os senadores do PT tem bons argumentos para se defenderem no apoio da Presidência do Senado para a base governista. Precisa apenas de disposição para enfrentar a batalha certa.

O senado moralizado, não será obra da oposição, será da base governista, se mantiverem Sarney.

Quanto mais os senadores do PT tiverem uma atitude pró-ativa (que não passa pelo afastamento de Sarney, de A ou de B, e sim por mudanças de regras e cortes nos desperdícios e abusos), se fizerem um gabinete padrão, modelo para todos os senadores seguirem, como sugerido, se consagrarão perante a opinião pública, e a imprensa terá que engolir.

Se aceitarem, passivamente, que o bônus vá para a dupla Perillo-Heráclito, aqueles senadores do PT que tem planos para 2010, estarão em sérias dificuldades para renovar seus mandatos ou almejarem governos estaduais.

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