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quinta-feira, 30 de julho de 2009

A política real demo-tucana

Políticos não são bobos. Nem Serra, nem Aécio, nem Alckmin, nem FHC acreditam que conseguiriam enganar um experiente Sarney, com telefonemas de "solidariedade".

O jogo tucano é mais um lance do golpe.

Nas entrelinhas da política, a conversa que o PSDB diz é a seguinte: "nada pessoal contra Sarney, são apenas negócios. E o negócio é o seguinte: se o PMDB se compuser nos bastidores com o PSDB no Senado, ambos, junto ao DEMos, arranjam uma saída honrosa para Sarney, e trucidam o PT no Senado, inclusive na CPI da PetrobraX, deixando o PMDB em paz, e derrubando gente do PT em cargos na Petrobras que sejam do interesse do PMDB".

Conforme a conversa do PMDB, o PSDB até sacrificaria Arthur Virgílio, deixando-o ser cassado, se isso fosse exigência inegociável para trazer o PMDB de volta ao poleiro tucano.

De novo, nada pessoal, são apenas negócios. Hoje é negócio, para os demo-tucanos, sacrificarem Sarney. Amanhã uma campanha nos jornais contra Virgílio à semelhança da que fazem contra Sarney pode levá-lo à uma situação insustentável, dando motivo para sua cassação, se este for o preço imposto por Sarney para recompor. Basta Serra e FHC mexerem seus pauzinhos na Veja, no Estadão, na Folha e na Globo.

É como sacrificar um peão num jogo de xadrez, para ficar com uma jogada melhor mais à frente.

Tião Viana ingenuamente acredita que tem chances de vencer uma eleição no Senado (caso Sarney renuncie), com uma bancada de 12 senadores do PT, mas alguns do bloquinho (PCdoB, PSB e PDT, que nem são muito próximos ao PT), e pasmem, com um falso apoio do PSDB.

Isso em plena véspera de ano eleitoral, quando todos os grandes partidos ainda vêem o PT como concorrente e não como aliado em 2010. Senadores do PMDB e do PSDB estarão disputando eleições em 2010 contra senadores do PT. O PT do Senado está queimando pontes para alianças com partidos da base, ao se compor com gente da oposição.

Se os aloprados do PT, não tirarem da cabeça a idéia ingênua de que o PSDB elegerá Tião Viana presidente do Senado, acabarão ajudando a eleger um Marco Maciel da vida, assim como aconteceu com Severino Cavalcanti, na Câmara, com apoio do PSDB e do DEMos.

É completamente insano o PT do Senado querer aliar-se ao PSDB contra o PMDB. O PT ficará isolado, pois o PMDB é maior, e em vez dele próprio se deixar ficar isolado, irá se aliar em questões pontuais à oposição dentro do Senado contra o PT, já que o PT não é aliado para formar maioria.

Nesse quadro o PT será trucidado no Senado. A agenda de escândalos será toda contra senadores do PT, e contra ministérios do PT no governo federal, preservando os do PMDB.

Ao PMDB, dentro da política real, mesmo que apóie Dilma em 2010, também interessa que o governo Lula não seja tão forte, a ponto de não depender dos peemedebistas como força eleitoral. O PMDB se fortalece com as crises da oposição quando são dirigidas apenas contra o PT, porque valoriza o passe do partido, na hora de negociar acordos eleitorais em 2010.

É isso, rachar a base governista no Senado, que a bancada demo-tucana vem tentando desde o começo, e agora é um repeteco do caso Renan em 2007.

O PT do Senado, precisa deixar de ser pautado pela armadilha do discurso falso moralista rastaquera da imprensa, fazer alianças necessárias (independente de gosto) e comportarem-se como aliados. Alianças políticas nada tem a ver com impunidade. O senado não é Ministério Público, nem a Polícia Federal. Senador que quer desempenhar estas funções, em vez de cumprir o que prometeu na campanha para viabilizar mudanças no Brasil (inclusive reforma política), está enganando o eleitor, pois deveria é prestar concurso para o MP ou para a PF.

Os senadores do PT deveriam andar nas ruas, ler os jornais e ouvir rádios populares, onde verão que Sarney não é assunto tão frequente assim, e quando o povo se refere à Sarney está se referindo à muita gente no Senado. Os tucanos sabem disso, tanto é que estão se lixando para a "opinião pública" se precisarem se recompor com Sarney.

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