Tudo começou com as restrições aos ônibus fretados (ônibus executivos que levam trabalhadores às sedes das empresas) uma área de 70 km2 no centro expandido de São Paulo, das 5h às 21h. Cada ônibus tira vários carros das ruas.
Família de 3 pessoas troca ônibus fretado por 3 carros para ir trabalhar
Mônica não costuma dirigir na capital, onde, até sexta, andava de fretado. As duas irmãs e a mãe também não: no sábado, as três compraram -cada uma- um carro para fazer os trajetos antes percorridos em coletivos fretados.
Carolina, 24 anos, comprou um Fiesta; Renata, 22, um Corsa; a mãe, Sueli, 50, um Citroen C3. Moradoras da Vila Formosa (zona leste), onde o metrô é abarrotado, nem cogitaram o coletivo. "Nem pensar. Quem usa fretado quer conforto", diz. A economista fez até abaixo-assinado com 200 nomes em defesa dos fretados. "Essas pessoas me disseram que usariam carro. E praticamente todas, como eu, votaram no Kassab", afirmou.
Protestos e o dobro do tempo para chegar ao trabalho
Na segunda-feira a proibição imposta pela prefeitura do DEMos entrou em vigor, provocando protestos.
Congestionamento nos pontos de parada, filas no metrô, protestos e o dobro de tempo para chegar ao trabalho. Para os usuários de fretados, a palavra confusão resumiu o primeiro dia da restrição à circulação ontem.
No começo da noite, três protestos bloquearam as pistas expressa e local da Marginal Pinheiros, sentido Castello Branco, e pararam as avenidas dos Bandeirantes e Doutor Ricardo Jafet por quase duas horas, o que complicou o trânsito nessas regiões.
Ao todo, 1,3 mil pessoas participaram das manifestações, segundo a PM. Na Av. dos Bandeirantes, policiais teriam usado bombas de gás para liberar a via, de acordo com O Globo.
Pela manhã, um grupo de usuários cercou o secretário de Transportes, Alexandre de Moraes, na estação de metrô Santos-Imigrantes. Ele teve de sair às pressas.
Desde ontem, os 40 mil passageiros atingidos pela medida tiveram de descer em um dos 14 pontos definidos pela prefeitura e concluir o trajeto de ônibus ou metrô.
Na região das estações Santos-Imigrantes e Sumaré houve congestionamento e filas nas bilheterias. Somente na Santos-Imigrantes, havia mais 6,3 mil usuários, 50% acima do normal.
"Chegava no trabalho às 7h50, ontem cheguei às 8h40", reclamou a analista de planejamento Lourdes Vaz.
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