Ciro Gomes (PSB-CE) reafirmou nesta quarta-feira, em entrevista coletiva antes de fazer uma palestra em Porto Alegre (RS), que há uma tratativa para ele ser candidato a governador em São Paulo.
Ciro ainda não descartou a candidatura à presidência, mas deu sinais de que caso o PSB desista de uma candidatura própria para apoiar Dilma já no primeiro turno, ele prefere uma composição concorrendo a governador do que à vice-presidente.
"Eu pertenço ao PSB e a minha cabeça é ser cabeça de lagartixa, não é de ser rabo de jacaré. Eu topo ser cabeça de lagartixa se a opção for ser rabo de jacaré. Eu prefiro ser cabeça de uma coisa pequena do que rabo de uma coisa grande. O Partido Socialista Brasileiro no Brasil, em São Paulo, no Ceará, no Rio Grande do Sul ou em Rondônia não pode e nem deve pedir permissão a ninguém para apresentar uma proposta", afirmou.
Ciro disse que, como há uma porção de pessoas sérias, que ele respeita, pedindo que examine o assunto, ele se obriga a pensar no tema. "Eu, sou homem de tarefas coletivas, por isso me obrigo a pensar no assunto que jamais esteve na minha cogitação. (...) Quando eu penso, eu sempre posso ser convencido, depende do mérito da ideia. Mas isso, estou falando em tese", afirmou o parlamentar.
Segundo Ciro, a conversa vem ocorrendo com Márcio França, presidente estadual do PSB de São Paulo, Aldo Rebelo (PCdoB), ex-presidente da Câmara dos deputados, Paulo Pereira da Silva (PDT) e Cândido Vaccarezza, líder da bancada do PT na Câmara Federal. Perguntado se havia falado sobre a possibilidade com o petista José Dirceu, ele negou.
Há uma tendência do grupo político do presidente Lula em fazer alianças para 2010, com vistas à conquistar nas urnas uma base governista mais fiel à Dilma no congresso, fortalecendo o poder federal, com a formação de uma bancada na câmara e no senado mais sólida. Em troca, abriria espaço para projetos políticos regionais (governadores) de outros partidos da base governista, que não seja o PT.
Desse forma, estados onde o PT não tenha candidatura natural forte, apoiaria um governador de outro partido da base, e formaria uma chapa coligada, ficando com pelo menos uma das vagas de senador.
A candidatura de Ciro pelo PSB em São Paulo atende à este arranjo, principalmente porque o PMDB paulista sequer é obstáculo, uma vez que está fechado com Serra.
O PSB, elegendo Ciro ao governo de São Paulo e mantendo os governadores do Nordeste (principalmente Ceará e Pernambuco), pode tomar o lugar do PSDB nacionalmente, ficando entre os 3 maiores partidos nacionais, ao lado do PT e do PMDB.
Ciro governando São Paulo e Dilma no Planalto, forma um quadro de agenda positiva para prosperidade tanto para São Paulo, como para o todo o Brasil, por tudo o que São Paulo representa para o país, quando vai bem.
Além disso, Ciro não é um representante da elite paulista, e não oferece resistência por mero corporativismo à pactos nacionais com estados do Nordeste em questões importantes como a reforma tributária, como faz Serra, atrasando todo o desenvolvimento nacional, para proteger industriais paulistas semi-falidos.
Ciro também tira do governo paulista o ranço neoliberal, deve retomar os investimentos públicos na educação e na segurança pública de verdade, e acabar com a farra das concessionárias com pedágios.
Em São Paulo, tanto segmentos do PT, como do PSB foram pegos de surpresa, com uma notícia ainda em gestação. Naturalmente, quem tinha outros projetos, oferece objeções na primeira hora. E as eleições ainda estão distantes para decisões definitivas. Mas certamente essas negociações vão prosperar e ser levada às instâncias dos partidos com mais profundidade nos próximos meses, qualquer que venha a ser a decisão final.
A chapa dos sonhos
Dilma vence no primeiro turno se Lula sair candidato à vice de Dilma.
E nenhum partido irá pleitear a vice-presidência se o candidato à vice for Lula, pois é o nome que une todos os partidos da base, e garante a vitória para todos.
As compensações entre os partidos por participação no poder ficam resolvidas no âmbito federal pela participação nos ministérios.
E eleitoralmente as compensações se dão nas candidaturas aos governos dos estados, que já saem em grande vantagem se tiverem Dilma e Lula fazendo campanha junto em seus palanques estaduais.
Dilma e Lula no Planalto, com um congresso mais fiel aos ideais originais do governo Lula, tendo governadores sintonizados com os projetos nacionais como o PAC, os programas sociais, a distribuição de renda, a política externa, mesmo que uma grande parte deles sejam governadores de centro, contribuirão bem mais para os avanços do Brasil, do que governadores vendilhões da pátria demo-tucanos, que vivem sabotando o governo federal com mesquinharias.
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