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sexta-feira, 1 de maio de 2009

PF indicia ex-lobista e consultor de Dantas


O executivo Roberto Amaral caiu na malha da Operação Satiagraha - investigação da Polícia Federal sobre envolvimento do banqueiro Daniel Dantas em esquema de crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Ele foi indiciado pela PF por crimes de evasão de divisas, formação de quadrilha e ligação com organização criminosa.

Amigo e consultor empresarial de Dantas, Amaral é um dos 13 indiciados no inquérito Satiagraha. O enquadramento formal do executivo ocorreu há uma semana. Ele ficou em silêncio na audiência com o delegado Ricardo Saadi, que ontem concluiu a investigação. O relatório final do caso deve chegar hoje à Justiça Federal.

Amaral é um dos 3 indiciados da Satiagraha que não integram os quadros do Opportunity. Além dele, foram enquadrados o advogado Rodrigo Bhering Andrade e o investidor Willian Yu, sócio de uma consultoria financeira. Os outros 10 que a PF incluiu no relatório são todos os grupo de Dantas.

Personagem emblemático, com trânsito livre na administração pública, Amaral trabalhou durante 30 anos como lobista da Andrade Gutierrez, empreiteira que detém importantes contratos com governos estaduais, municipais para obras de grande porte.

Reverenciado por governantes e autoridades, especialmente entre os anos 70 e 90, Amaral sempre desfrutou de um círculo de amizades influentes no poder. Paulo César Farias, tesoureiro do ex-presidente Fernando Collor, chamava-o de mestre.

A PF apurou que as relações de Amaral com Dantas foram reforçadas a partir de Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom Participações, empresa que controlava as operadoras Telemig, Amazônia Celular e Brasil Telecom. Condenado ao lado do banqueiro por crime de corrupção ativa, Braz por ter participado das negociações de suborno de um delegado da PF em troca do arquivamento da Satiagraha.

No dia 16 de dezembro, a PF vasculhou os endereços de Amaral em busca de indícios de seu vínculo com Dantas em transações ilícitas. A PF recolheu o disco rígido do computador e um punhado de CDs que abrigam os contatos e movimentos do executivo.

A PF liga Amaral a operações do controlador do Opportunity para ocultação de valores e remessas para paraísos fiscais. Segundo os federais, ele teria o comando de uma offshore, criada para fazer o fluxo e integração de recursos que teriam como origem um fundo do grupo de Dantas no exterior e como destino final um braço do Opportunity no País.

A PF assinala que o fundo do Opportunity planejava financiar uma empresa do grupo no Brasil. Para escapar do foco de órgãos de fiscalização, adquiriu debêntures - títulos de crédito representativos de empréstimo. Pelo menos dois intermediários participaram da transação.


INDICIADOS

Daniel Dantas
Roberto Amaral
Verônica Dantas
Willian Yu
Rodrigo Bhering Andrade
Carlos Rodemburgo
Arthur Joaquim de Carvalho
Dório Ferman
Norberto Aguiar Tomaz
Eduardo Penido Monteiro
Daniele Silbergleid
Itamar Benigno
Humberto Braz

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