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sábado, 9 de maio de 2009

O caixa 2 da campanha de Yeda Crusius


Reportagem publicada na edição da revista "Veja" desta semana denuncia a prática de caixa dois pela governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). Conforme a publicação, Carlos Crusius, o marido da governadora na época da campanha eleitoral teria recebido, logo após a eleição de Yeda, a quantia de R$ 400 mil de duas fabricantes de cigarro. O dinheiro teria sido utilizado no pagamento de contas pessoais do casal e na compra de uma casa em bairro nobre de Porto Alegre. A denúncia, segundo a "Veja", aparece em uma gravação feita por Lair Ferst, antigo aliado tucano, parte fundamental na campanha de Yeda ao Piratini e réu em processo sobre fraude milionária do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS).

A revista informa que teve acesso a 90 minutos de um total de 10 horas gravadas de conversas de Ferst com Marcelo Cavalcante, ex-representante do Palácio Piratini em Brasília. Nos diálogos, Cavalcante demonstra intimidade com Ferst, que ajudou a captar recursos para a campanha de Yeda, em 2006. Conforme a reportagem, uma agência de publicidade da capital gaúcha financiou passagens aéreas, recepções e outros benefícios aos integrantes da cúpula de campanha. Atualmente, a empresa presta serviço de marketing ao governo estadual.

A viúva de Cavalcante, Magda Koegnikan, afirmou que é verdadeiro o conteúdo das gravações feitas por Ferst e disse que o próprio Marcelo relatou a ela os fatos. As gravações, que estariam em poder do Ministério Público Federal, teriam sido entregues por Ferst "para provar que os responsáveis pelos desvios no Detran eram integrantes do governo Yeda, e não ele".

Magda contou que, ao saber da intenção de Ferst, Cavalcante entrou em depressão e começou a beber. Em 17 de fevereiro, já exonerado do governo Yeda por suspeita de participação na fraude do Detran e lotado como assessor do gabinete do deputado federal Cláudio Diaz (PSDB-RS), Cavalcante foi encontrado morto, boiando no Lago Paranoá, em Brasília. Inquéritos da Polícia Civil apontam probabilidade maior de suicídio.

CPI

Os partidos de oposição reagiram aos novos fatos trazidos pela reportagem. O PSOL divulgou nota no site da deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS). Ela estará ao lado do presidente estadual da sigla, Roberto Robaina, e do vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas, para se manifestar sobre o caso em coletiva de imprensa na segunda-feira. A deputada estadual Stela Farias (PT) declarou que "os elementos apresentados reforçam a necessidade de instalação de CPI na Assembleia Legislativa para investigar o caso". Um milagre aconteceu. A revista Veja, está falando em caixa dois da tucana Yeda. Mas por que só agora, quase no final do governo, a revista resolveu denunciar o que nós já cansamos de falar aqui no blog?

Da Veja

A governadora gaúcha Yeda Crusius, do PSDB, não tem sossego. Enfrenta acusações de ter usado caixa dois em sua campanha eleitoral desde antes de tomar posse, em janeiro de 2007. Fato espantoso, as primeiras denúncias partiram de seu vice, Paulo Feijó. Como se não bastasse, no mesmo ano, a Polícia Federal desbaratou uma máfia que desviava recursos do Detran gaúcho. Os escândalos ceifaram três secretários de governo e o chefe da representação do Rio Grande do Sul em Brasília, Marcelo Cavalcante. Em seguida, a governadora foi obrigada a explicar onde arranjou dinheiro para comprar, no fim de 2006, uma casa em um bairro nobre de Porto Alegre. O caso, que lhe rendeu um pedido de impeachment, acabou arquivado pelos promotores gaúchos. Em fevereiro passado, a morte repentina de Marcelo Cavalcante injetou uma dose de tragédia nas agruras do governo tucano. O corpo do ex-assessor foi encontrado boiando no Lago Paranoá, em Brasília. As investigações policiais indicam que ele se suicidou. Assessor de Yeda entre 2002 e 2006 e coordenador de sua campanha eleitoral, Marcelo conhecia o PSDB gaúcho na intimidade. Com seu desaparecimento, parecia ter se perdido uma das mais acuradas memórias da campanha e dos primeiros dias do governo Yeda.

Era uma presunção falsa. Na mesma semana da morte de Marcelo, descobriu-se que os procuradores federais dispunham de gravações nas quais o ex-assessor relatava irregularidades na campanha e na gestão da tucana. VEJA teve acesso a parte desses áudios. A reportagem ouviu uma hora e meia das dez horas de diálogos mantidos entre Marcelo e o empresário Lair Ferst, um dos acusados de participar dos desvios no Detran gaúcho. Neles, fica claro que o ex-assessor conversava com liberdade com Ferst, que o ajudara a arrecadar dinheiro para a campanha tucana. Nos trechos analisados por VEJA, há três fatos que merecem ser investigados. O coleguinha Will Smith publicou a matéria completa da Veja no Cloaca

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