Pages

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Indústria naval teme ser paralisada por CPI do PSDB

A indústria da construção naval brasileira, setor que tem atravessado incólume a crise financeira, poderá sofrer prejuízos com o funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI)do PSDB prestes a ser instalada no Senado . A afirmação foi feita ontem pelo presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo Santana da Rocha, em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados.

Ao lado do diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Oliveira Estrella, que participava da mesma audiência, o representante da indústria da construção naval elogiou a "seriedade" da empresa, considerou "um absurdo" a criação da CPI e criticou os senadores pela iniciativa.

O receio, de acordo com Rocha, é que a CPI provoque a paralisação de uma série de processos de licitações em curso, para construção e venda de navios, sondas e plataformas para a Petrobras. O diretor de Exploração e Produção da empresa, no entanto, negou que haja risco de interrupção nos investimentos previstos, por causa da CPI, principalmente relacionados à exploração do petróleo em camadas profundas - o petróleo do pré-sal.

"São planos estabelecidos há muito tempo, de longo prazo, não são planos para amanhã, de modo que não haverá qualquer tipo de interrupção nos nossos trabalhos por causa da CPI", afirmou Estrella. Segundo ele, os investimentos previstos para a exploração do petróleo do pré-sal estão garantidos no plano estratégico da Petrobras.

Estrella ocupa o cargo supostamente cobiçado pelo PMDB durante a negociação em torno da criação da CPI da Petrobras, segundo revelações feitas por alguns pemedebistas na época da criação da CPI. Essas pressões foram negadas pela direção do partido e pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que preside o Conselho de Administração da Petrobras.

Na reunião de ontem, o diretor afirmou desconhecer a interferência política por sua substituição, mas disse que seria normal se o governo, que é o acionista controlador da empresa, resolvesse nomear outra pessoa para o cargo. Lembrou que exerce uma função de confiança e "faz parte da história da companhia" a mudança de diretores.

Segundo dados apresentados pelo diretor da Petrobras na audiência pública, a empresa planeja adquirir 44 navios de grande porte, 92 barcos de apoio e 15 plataformas de produção somente no período de 2009 a 2013. Dessa data até 2015, serão cinco navios de grande porte, barcos e oito plataformas. E, de 2016 a 2020, a empresa prevê adicionar à frota 53 barcos de apoio e 22 plataformas.

A audiência pública foi proposta pelo presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico da Câmara para que os parlamentares pudessem discutir o plano estratégico de negócios da Petrobras com representantes do setor.

O diretor de Exploração e Produção da Petrobras apresentou o plano da estatal até 2013, que prevê aplicação de US$ 174,4 bilhões em investimentos. Desse total, US$ 104,6 bilhões serão destinados à exploração e produção de petróleo, dos quais US$ 92 bilhões no Brasil. Na exploração da camada pré-sal, a Petrobras deve investir US$ 17,7 bilhões de dólares. Afirmou que até 2013 a Petrobras deve ser responsável pela geração de 1,044 milhão de novos empregos no Brasil, dos quais 267 mil diretos e 777 mil indiretos.

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração