Em 2005, o cineasta Fernando Meirelles ("Cidade de Deus", "O Jardineiro Fiel", "Ensaio sobre a cegueira") declarou em entrevista à ISTOÉ:
ISTOÉ – O sr. já trabalhou com publicidade. Fez campanhas políticas?
Conhece o esquema de caixa 2?
Meirelles – Fizemos programas de horário eleitoral para o PT e o PSDB e a
produtora da qual sou sócio fez uma campanha para o PMDB, no Paraná, na
década de 80. Eu não participei diretamente, a produção estava com meu sócio, Marcelo Machado. Nessa campanha, cometemos a estupidez de dar um recibo em vez de nota fiscal para o partido [Caixa-2], como eles tinham sugerido, e levamos uma multa [da Receita Federal] que quase fechou a produtora.
Vou revelar algo que fez com que decidíssemos nunca mais trabalhar com políticos. O publicitário forte da campanha fez uma bagunça geral no escritório dele, chamou nossa equipe, uma garotada de 20 e poucos anos na época, e mandou gravar porque pretendia mostrar as imagens no programa da tevê como uma denúncia. Iriam dizer que a sede tinha sido invadida pelo candidato a governador concorrente. A equipe se negou a gravar, houve briga, foi péssimo. Não vou citar nomes. Os caras estão aí, hoje, falando bonito nos jornais, são paladinos da moralidade
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Detalhe: Meirelles era sócio da produtora Olhar Eletrônico, que fez a campanha do PMDB, em 1986, cujo candidato a governador era Álvaro Dias, hoje senador (PSDB-PR).
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