Escalado pela oposição do Palácio do Planalto para integrar CPI e atacar o governo Lula, o senador ACM Júnior é sócio de empresa baiana patrocinada nos últimos meses pela Petrobras
A empresa baiana é o braço de entretenimento da Rede Bahia(da famíla ACM), o conglomerado empresarial erguido pelo ex-senador Antonio Carlos Magalhães (DEM), herdado por filhos e netos. Segundo os registros da Receita Federal, ela atua com "artes cênicas, espetáculos e atividades complementares não especificadas anteriormente". Além do Festival de Verão, para o qual recebeu ajuda da Petrobras no valor de R$ 330 mil, a Bahia Eventos abocanhou R$ 222 mil para a 10ª edição do Festival de Lençóis (BA).
Ao propor a CPI, o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) incluiu como uma das linhas de investigação os patrocínios firmados pela Petrobras. O interesse dos adversários do Palácio do Planalto nessas parcerias surgiu a partir de denúncias veiculadas pela imprensa de que a estatal teria ajudado a financiar os festejos de são-joão no interior da Bahia, com interesse especial por cidades administradas pelo PT. Se levantarem toda a lista, os senadores esbarrarão na empresa da família ACM.
Presidente
Tão logo foi protocolado o requerimento de criação da CPI, ACM Júnior se apresentou como candidato à presidência, elevado a esse status pelos líderes da oposição e com a bênção do líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL). Seria uma opção cômoda para os peemedebistas, que teriam seu passe ainda mais valorizado. O PT chiou. A definição ficou para esta semana. O parlamentar do DEM encerra seu mandato em fevereiro de 2011 e analisa eventual disputa à reeleição. Estar à frente da comissão renderia a ele uma bem-vinda exposição em véspera de eleições. Mas tem a resistência petista. E, agora, a Bahia Eventos.
Procurado pelo Correio Braziliense, ACM Júnior afirmou que o fato de ser sócio de empresa beneficiada com recursos da Petrobras não o desabona para a investigação parlamentar.
Argumento
A Petrobras informou que o contrato de patrocínio com a Bahia Eventos foi "uma oportunidade para exibição da marca e aproximação com o público jovem". A empresa tem procurado mostrar que a escolha dos eventos e projetos patrocinados por ela não segue critérios políticos, em resposta à acusação de que teria direcionado verbas para prefeituras petistas. (Correio Braziliense)
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