Depois de registrarem quedas em janeiro e fevereiro, as vendas de máquinas e equipamentos começaram a mostrar recuperação em março. O faturamento de R$ 5,47 bilhões no mês foi 30,1% maior que o registrado em fevereiro, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
O consumo — que considera as vendas internas somadas às importações e reflete o que o País de fato investiu em bens de capital — teve alta de 4,3% sobre março do ano passado. Trata-se da primeira variação positiva desde janeiro, quando caiu 11,1%. “Parece que chegamos ao fundo do poço em janeiro, e agora começamos a nos recuperar”, disse o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto Na fabricante de máquinas-ferra menta Nardini, a retomada da indústria automotiva e a superação do susto inicial na indústria ajudaram a “descongelar” as vendas em março. “Clientes, que chegaram a suspender encomendas, voltaram a solicitá-las em março e abril”, disse o presidente da empresa, Renato Franchi.
Faturamento de março ficou 30% acima das realizadas em fevereiro passado
A queda nas vendas de máquinas e equipamentos, que vem ocorrendo desde dezembro, começa a apontar tendência de desaceleração.
O faturamento das indústrias de bens de capital em março caiu 11,2% sobre mesmo mês de 2008, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A redução já é bem menos acentuada que a registrada em fevereiro (-23%) e em janeiro (-36,4%) na comparação com iguais meses um ano antes.
Além disso, os R$ 5,47 bilhões faturados em março estão 30,1% acima do registrado em fevereiro.
“Parece que chegamos ao fundo do poço em janeiro, e agora começamos a nos recuperar”, disse o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto, ressaltando, entretanto, as incertezas para os próximos meses.
No acumulado do trimestre, ainda influenciadas pelo péssimo desempenho de janeiro e fevereiro, as vendas do setor somaram R$ 13,64 bilhões, queda de 25,3% sobre o mesmo período um ano antes e o pior primeiro trimestre desde 2005.
O número de funcionários empregados em março ficou praticamente estável em relação a um ano antes, com 235,8 mil trabalhadores.
Em relação a outubro, no entanto, quando o quadro de funcionários na indústria de bens de capital atingiu seu maior nível (250 mil pessoas), já foram fechadas 14,4 mil vagas, redução de 14%.
Consumo volta a crescer O consumo aparente, que considera apenas as vendas internas somadas às importações e reflete o que o País tem de fato investido em bens de capital, teve alta de 4,3% sobre março do ano passado — primeira variação positiva desde janeiro, quando caiu 11,1%.
No trimestre, acumula queda de 8,4%, para R$ 20,1 bilhões.
Enquanto as vendas continuam caindo, mesmo que a taxas menores, o aumento do consumo de máquinas pela indústria nacional em março foi garantido pelas importações — estas subiram 24,8% de março de 2008 a março passado, para US$ 1,6 bilhão. No trimestre, acumulam alta de 3,6%, a US$ 4,7 bilhões.
Com a virada do câmbio, entretanto, o perfil dos países de origem mudou. A despeito de estarem no epicentro da crise, Estados Unidos e Alemanha, os dois maiores fornecedores de máquinas para o Brasil, mostraram avanço nas vendas do trimestre, de 3,6% e 13,5%, respectivamente.
Já a China, cujas vendas para o Br a s i l vinham crescendo a taxas acima dos 80% no ano passado, teve queda de 15,7% no trimestre, se mantendo na quarta posição entre os principais países de origem das importações brasileiras.
“As compras feitas na China são muito pautadas por preço. Se o valor sobe um pouco, já volta a ser mais vantajoso comprar no Brasil”, disse o vice-presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza. “O efeito do câmbio acabou tendo um impacto muito maior lá. Os produtos trazidos de países como Estados Unidos e Alemanha são de ponta, geralmente não encontrados aqui.” As exportações caíram 19% em março, para US$ 695 milhões, e 24,5% no trimestre, para US$ 1,9 bilhão. Com isso, o déficit comercial acumulado de janeiro a março foi de US$ 2,8 bilhões, 40% mais que um ano antes. Gazeta Mercantil
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