Da Agência Brasil:
O presidente Lula disse hoje (19), depois do encerramento da 5ª Cúpula das Américas, em Trinidad Tobago, que ficou positivamente surpreso com o resultado do encontro que reuniu 34 dos 35 países do continente.De acordo com Lula, um passo significativo para aproximar os países latino-americanos dos Estados Unidos foi dado durante o encontro.
Segundo ele, o presidente norte-americano, Barack Obama, “deve ter tomado um banho de América Latina” e, certamente, houve uma evolução muito grande nas relações dos EUA com o continente.
O presidente brasileiro disse que muita gente esperava uma “batalha campal” durante o encontro e que saiu particularmente surpreso com os resultados positivos da reunião.
Lula disse também que aguarda com expectativa uma reunião marcada para o mês de julho, em Santiago, no Chile, na qual os ministros latino-americanos de economia vão discutir o impacto da crise financeira internacional nos países mais pobres.
A liberação de US$ 100 milhões dos Estados Unidos para os países latinos mais afetados pela crise, anunciada pelo presidente Barack Obama, foi classificada por Lula como “muito pequena”. Segundo ele, o auxílio deve ser ampliado e deve contar também com recursos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Ele reforçou, contudo, a necessidade de os países do continente dependerem cada vez menos dos EUA para sobreviver. “Temos que começar a tomar conta de nosso nariz. Não devemos ficar pedindo favor. Essa era acabou”, enfatizou o presidente brasileiro.
Sobre o embargo econômico e a exclusão de Cuba da Organização dos Estados Americanos (OEA), Lula garantiu que o assunto avançou de forma positiva, mas entende que as negociações nesse sentido fazem parte de processos antigos e que é preciso tempo para reverter os embargos.
De acordo com Lula, “os cubanos não estão pedindo a ninguém para representá-los [nas negociações com os EUA]. Raul Castro [presidente de Cuba] já deu quatro sinais de que quer conversar, agora cabe a Obama indicar alguém para negociar com vontade. Não vejo possibilidade de outra Cúpula das Américas sem Cuba; não há mais explicação para isso”.
NÃO HOUVE ASSINATURA DE DECLARAÇÃO FINAL
Sem uma maior definição quanto à Cuba e com discussões sobre a crise econômica em aberto, não houve acordo para uma declaração final que expressasse uma posição oficial dos 34 chefes de governo na 5ª Cúpula das Américas.
De acordo com o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, a própria assinatura do documento era "desnecessária", pois “Nunca se viu um clima tão amistoso. Não sei por que precisa assinar. Normalmente, isso não acontece”, falou o chanceler um pouco antes do encerramento do encontro.
Na avaliação do presidente Lula, prevaleceram os entendimentos políticos, principalmente a reaproximação dos Estados Unidos com as nações latino americanas.
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