Pacientes em estado grave de saúde deixados em macas nos corredores, pessoas gritando por causa da demora no atendimento, uma grávida que não pâde ser atendida por um especialista porque o ginecologista estava em parto
O cenário acima foi presenciado pelo jornal Agora em uma visita na tarde de ontem ao Hospital Municipal do Tatuapé (zona leste). Além dos problemas relatados acima, o local está com as reformas atrasadas há pelo menos quatro meses, fazendo com que a maternidade fique desativada.
Na visita ao hospital, a reportagem encontrou pacientes em estado grave que, estando em observação, foram mantidos em macas nos corredores por causa da falta de leitos. O cenário foi presenciado na ala nomeada de "observação 2".
Lá, médicos e enfermeiros transitavam, apressados, pelo estreito espaço que restava do corredor, provavelmente a caminho de examinar outros pacientes em espera. No setor de raio-X, pessoas aguardavam nervosas. Um paciente irritado chegou a gritar para ser atendido. Na frente da sala onde ocorre o atendimento com o clínico-geral, um homem aguardava na fila sentando no chão da unidade.
Os problemas são tantos que chamaram a atenção da Comissão de Saúde da Câmara Municipal, que fez uma vistoria no local no último dia 14. No relatório da comissão sobre a vistoria, os relatos dos vereadores são parecidos aos presenciados pela reportagem: pacientes atendidos de forma precária e nos corredores, pessoas com doenças contagiosas sem o isolamento necessário e falta de profissionais. No documento também consta que a licença de funcionamento da farmácia está vencida desde abril de 2008.
O relatório também lista pacientes com quadro psiquiátrico sendo atendidos ao lado dos demais. "São cenas desoladoras", afirma a vereadora Juliana Cardoso (PT), presidente da comissão e integrante da bancada de oposição ao prefeito Gilberto Kassab (DEM).
A análise ainda não foi entregue à Secretaria Municipal da Saúde. A comissão deverá levar um requerimento à pasta cobrando explicações sobre os problemas encontrados.
Obras em andamento
No lugar do andar que está em reformas ficará o setor de maternidade e de neonatal do hospital. O local está desativado desde agosto, quando a reforma foi iniciada. Kassab anunciou as obras no hospital em junho de 2008, com previsão de duração de quatro meses. Documentos do hospital analisam o impacto dos nascimentos ocorridos desde agosto, período em que a obra estava em andamento, fechando a maternidade.
De acordo com o relatório apresentado pelos vereadores, as obras da maternidade deveriam ter sido concluídas em outubro -- um atraso de quase seis meses.
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