Deu no do site "Congresso em Foco", que as investigações da polícia de Brasília sobre a morte de Marcelo Oliveira Cavalcante envolvem as relações familiares, pessoais e políticas do ex-assessor da governadora Yeda Crusius (RS). Ontem (5) à noite, o pai de Marcelo, Antonio Cavalcanti Sobrinho, aposentado, 74 anos, e o irmão, Marcos Cavalcante, depuseram no 10ª DP.
O corpo de Marcelo foi encontrado boiando no Lago Paranoá, sob a ponte JK, no dia 17 de fevereiro. A tragédia chamou a atenção da polícia e do mundo político do Rio Grande do Sul. Segundo a deputada Luciana Genro (PSOL-RS), antes de morrer, Marcelo se preparava para prestar um depoimento ao MPF sobre fitas de áudio e vídeo que mostravam esquemas de corrupção e caixa 2 na campanha da governadora Yeda nas eleições de 2006.
Nos últimos dias, a polícia buscou explicações para algumas contradições descobertas ao longo da investigação. Uma das dúvidas se referia a uma mudança de discurso da viúva, Magda Koenigkan. O pai e o filho de Marcelo ajudaram em alguns esclarecimentos.
Disseram, por exemplo, que foi após um encontro com o lobista Lair Antônio Ferst, um dos acusados na Operação Rodin, que Magda a versão para a morte do marido. Até o dia 18 de fevereiro, dia do encontro com Ferst, a viúva dizia a todos os familiares que Marcelo Oliveira Cavalcante tinha sido executado. E citava seu depoimento ao Ministério Público Federal para tratar de corrupção no estado. Depois do encontro, Magda passou a parar de defender a tese de execução e, sim, a de suicídio.
O pai de Marcelo lembrou que Magda narrou o encontro com o lobista. “Eu perguntei a ela se o Lair tinha a ver com tudo aquilo. Ela até se alterou e saiu em defesa do Lair, disse que ele era o maior amigo do marido dela”, contou Antônio Cavalcante ontem, ao sair da delegacia.
Marcelo e Ferst trabalharam juntos no gabinete do falecido deputado Nelson Marchesan (PSDB-RS). O lobista é considerado um dos pivôs da Operação Rodin, feita pela Polícia Federal em 2007. A operação investigou duas denúncias do Ministério Público – criminal e de improbidade administrativa – à Justiça Federal em Santa Maria (RS), nas quais Ferst é um dos acusados. Segundo Luciana Genro, num dos vídeos em poder dos procuradores da República, o lobista entrega dinheiro para o ex-marido de Yeda e para Marcelo, supostamente para alimentar o caixa 2 da campanha eleitoral da candidata tucana.
De acordo com a deputada, a intenção de Marcelo era fechar um acordo de delação premiada para ter sua pena reduzida.
-
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração