Há poucos dias, o senador demo-pefelista Heráclito Fortes (DEMos/PI) disse que a prática de senadores usarem a cota de passagens aéreas, a que tem direito, para parentes e amigos, é comum e faz parte dos costumes éticos e morais dos senadores.
O senador se respalda na ausência de norma que proíba.
Ele alega que, se não está escrito explicitamente que é imoral usar recursos públicos do senado para fins privados, não tem porque deixar de "meter a mão" nos cofres da união, desde que, dentro da cota.
Os senadores têm direito a uma cota de cinco passagens de ida e volta por mês. Os líderes e membros da mesa (como Heráclito) tem direito à sete.
A senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) foi denunciada por usar esta cota para parentes e amigos.
O caso despertou o interesse do Ministério Público Federal, enquadrando o fato como improbidade administrativa.
Questionado por jornalistas sobre a falta de divulgação com transparência do uso destas passagens aéreas, Heráclito respondeu com ironia:
- Aí não escapa nem jornalista, vai ser um constrangimento geral - e completou, em tom de brincadeira: - Assim é melhor fechar o Senado.
Será que escapam ex-presidentes também?
Quem paga as viagens de FHC Brasil afora?
Luciana Cardoso, filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), está comissionada no gabinete do senador demo-pefelista, apesar de não comparecer ao gabinete para trabalhar, justificando-se "trabalhar em casa".
Para que nenhum "engraçadinho" venha a suspeitar que o "impoluto" ex-presidente tucano, que apenas encosta a filha no gabinete de um senador às custas do erário, seria capaz de utilizar passagens aéreas da cota do Congresso, torna-se imperativo a divulgação com transparência do uso da cota de passagens, tanto pelos senadores, como pelos deputados.
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