Esse período conturbado que marca o anúncio de demissões na EMBRAER está sendo marcado por um embate entre o Sindicato dos Metalúrgicos do São José dos Campos, filiado a COMLUTAS, contra a CUT.
A gravidade da situação recomenda que todos deveriam estar juntos com o mesmo propósito de reunir TODAS as forças para enfrentar a direção da EMBRAER.
Por trás da contenda está a eleição, agora em Março, para a diretoria do Sindicato.
As centrais sindicais são apartidárias, porém a diretoria da COMLUTAS é ligada ao PSTU, da CUT ao PT, da Força Sindical ao PDT, da CTB ao PCdoB.
A diretoria atual do Sindicato dos Metalúrgicos do São José dos Campos é ligada à COMLUTAS e atirou primeiro dizendo que o presidente da CUT, Artur Henrique, já estaria sabendo antecipadamente das demissões e nada fez para impedi-las.
A COMLUTAS falou o que quis e ouviu o que não quis.
Artur Henrique, lamentou a tentativa de o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, de polemizar com a CUT, através de acusações que o presidente da CUT classifica, sem pestanejar, de "mentirosas".
Numa simples pesquisa na página de internet do próprio sindicato ligado à Comlutas, é possível encontrar um jornal da entidade, publicado no dia 11 de dezembro, em que o presidente da entidade afirma, com todas as letras, que a Embraer iria demitir mais de 4 mil trabalhadores.
"Ora, se alguém já sabia do problema, com mais de um mês de antecedência, e nada fez, foi justamente o sindicato que teria a responsabilidade de representar e defender os trabalhadores da Embraer em São José dos Campos", conclui Artur.
"Esse monte de mentiras", diz Artur, "é uma tática de usar 4 mil demissões, botar sua própria culpa nos outros e, com isso, tentar armar a disputa eleitoral do sindicato, que acontece agora em março", diz o presidente da CUT.
Para ele, no entanto, o mais importante agora é deixar de lado a falsa polêmica e buscar aquilo que de fato importa, ou seja, defender os interesses de mais de 4 mil famílias de São José.
BOICOTE À CUT
O Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos e de Botucatu e a Conlutas, uniram-se à Força Sindical para recorrer à Justiça do Trabalho, pedindo a anulação de 4.270 demissões anunciadas pela Embraer. Conseguiram liminar suspendendo provisoriamente as demissões até o dia 5, pelo menos, quando haverá audiência de conciliação.
Por mera rivalidade, e disputa eleitoral no sindicato, deixaram a CUT de fora, porém o Sindicato Aeroespacial de São José dos Campos, filiado à CUT, protocolou no dia 27, no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região (Campinas), um pedido de "litesconsortie" necessário na liminar que supendeu as 4,2 mil demissões da Embraer. Este pedido, no linguajar jurídico, significa que o sindicato cutista é parte ativa dessa ação judicial.
Através do pedido, o sindicato incluiu os trabalhadores das unidades da Embraer nas cidades de Gavião Peixoto e Botucatu, representados pela CUT, nos efeitos da liminar que suspendeu não apenas as demissões já efetuadas, mas impede novas demissões na empresa até o próximo dia 5 de março, quando haverá audiência de conciliação no mesmo TRT de Campinas, em que trabalhadores e empresa vão discutir alternativas às demissões.
"Nosso objetivo principal é levar para a audiência do dia 5 os argumentos da CUT para preservar a liminar e garantir a suspensão das demissões e impedir novas dispensas", explica o advogado Jesus Arriel Cones Jr., que protocolou o pedido de "litesconsortie".
Na última sexta-feira seis centrais sindicais participaram conjuntamente de um ato contra as demissões da Embraer em frente à portaria principal da Embraer, em São José dos Campos.
Participaram CONLUTAS, Força Sindical, Intersindical, CTB, UGT e Nova Central Sindical. O Sindicato dos Metalúrgicos ligado à CONLUTAS boicotou a CUT.
-
0 Comentários:
Postar um comentário
Meus queridos e minhas queridas leitoras
Não publicamos comentários anônimos
Obrigada pela colaboração