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segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Surreal: Quércia telefona parabenizando Jarbas Vasconcelos por assumir a corrupção do PMDB

Quem conhece a política paulista recente sabe que Quércia tem uma reputação idêntica à de Maluf, quando o assunto é corrupção.

No entanto, Quércia telefonou parabenizando Jarbas Vasconcelos por assumir o lado corrupto do PMDB!

Será possível vermos Jarbas Vasconcelos se aliando a Orestes Quércia para promover uma cruzada de depuração moral e ética no PMDB?

Seria cômico, surreal demais. Nem jogar para a torcida daria certo.

Outra hipótese mais plausível é aquela história de "sair do armário", só que nada tem a ver com vida íntima.

Neste caso quem sai do armário são os corruptos "oprimidos" que finalmente se "libertam" e assumem sua condição de corruptos, "podendo andar de cabeça erguida" na rua, "orgulhosos" de ostentar aquilo que são.

Quem sabe o Senador não apresenta no Senado um projeto de lei criando o "Dia do Orgulho Corrupto".

Já é feio para o próprio Jarbas dizer isso agora, depois dele mesmo ter passado a vida toda no PMDB, vendo tudo o que havia no partido, e ficar caladinho, "não largando o osso".

E é imoral ele dizer que sabe disso e nunca ter denunciado um colega de partido no Conselho de Ética ou no Ministério Público.

Mas o pior é outro episódio em sua recente biografia:

O próprio Jarbas Vasconcelos até hoje deve explicações, se ele próprio não se corrompeu quando visitou a fazenda pertence à Usina Pagrisa, no Pará, em outubro de 2007.

Esta fazenda foi autuada pelo Ministério do Trabalho e é processada pelo Ministério Público Federal por trabalho escravo, com libertação de 1.064 trabalhadores.

O senador presidiu uma comissão de senadores articulada por Kátia Abreu que foi tomar um cafezinho na fazenda com os usineiros. Passou poucas horas na fazenda, ciceroneado pelos donos, e emitiu nota dizendo que a fazenda "oferece condições adequadas de trabalho", querendo com isso livrar a cara dos donos.

Se isso não é uma forma de corrupção, o que falta para ser?

Não por acaso, na mesma entrevista em que assume a corrupção, como se fosse dos outros, Jarbas Vasconcelos repete o discurso da elite chamando o bolsa-família de esmola e compra de votos.

Assim parece que política social "boa" na cabeça do Senador é "trabalho escravo" na "senzala" dos usineiros, como na fazenda que ele tentou livrar a cara.

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