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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Em Curitiba, superlotação e aumento da tarifa

A muito o transporte coletivo da capital paranaense não é mais modelo para o mundo. Queixas como superlotação e atrasos são constantes nos terminais de ônibus de Curitiba. Agora o que causa mais espanto é a maneira escolhida pelo prefeito tucano Beto Richa para supostamente resolver o problema. No dia 12/01 a tarifa de R$ 1,90 passou a custar R$ 2,20. Um aumento de 15,7%, nas linhas Circular-Centro e Turismo o aumento é ainda maior, sendo respectivamente de 20 e 25%, andando na contramão das medidas do governo federal no combate à crise financeira mundial para que tal não reflita no bolso do cidadão.

Como se não bastasse o aumento da tarifa, coletivos atrasados e superlotados, agora temos também de desconfiar da segurança dos urbanos. O que ocorre é que no dia 28/01, exatamente a 16 dias do aumento proposto pela prefeitura, uma fatalidade assustou os usuários. Uma mulher de 29 anos morreu após cair de um ônibus e ser atropelada pelo próprio veículo, na Vila Verde, no bairro da Cidade Industrial de Curitiba, próximo à divisa com Araucária. Cleonice Ferreira Golveia havia entrado no ônibus ligeirinho da linha Araucária no Terminal da Vila Angélica, em Araucária, ia em direção a Curitiba, onde trabalhava pela manhã como auxiliar de serviços gerais em uma empresa de entregas no bairro Cristo Rei, fazendo um percurso de uma hora utilizando dois ônibus. A empregada doméstica Maria Joana Mota Matsumoto (ouvida pela RPC afiliada Rede Globo) estava no mesmo coletivo e viu o momento em que a mulher caiu. “Todas as portas estavam fechadas, mas havia tanta gente que, com a movimentação das pessoas, ela começou a ser empurrada contra a porta”, conta. “Quando a porta cedeu e abriu, outro passageiro tentou segurá-la pela camisa, mas a roupa acabou rasgando”. Segundo a testemunha, o motorista percebeu a queda e parou o ônibus imediatamente. “Infelizmente as rodas de trás já tinham passado por cima da mulher”, lamenta a empregada doméstica.


Segundo a Urbs (concessionária do transporte coletivo em Curitiba), o veículo envolvido no acidente foi fabricado em 2004 e tem um equipamento de segurança que impede a movimentação do ônibus com as portas abertas, além de sinalização de alerta aos passageiros junto às duas portas, com a frase ‘evite permanecer nesta área’.

“Numa análise preliminar, os técnicos da Urbs constataram a possibilidade de ter havido alguma falha mecânica grave neste dispositivo de segurança”, diz o texto. A direção da empresa determinou a realização de uma perícia para se determinar as causas do acidente, cujo laudo deve ficar pronto na segunda quinzena de fevereiro.

Este que vos escreve nestas mal-traçadas possui uma considerável experiência mecânica, tendo dedicado quase 4 anos ininterruptos na manutenção do sistema de portas de modelos semelhantes ao citado. Sem dúvida houve falha mecânica porém esta foi causada pelo excesso de pessoas no interior do veículo sendo empurradas contra a porta, causando a fadiga de peças essenciais e a conseqüente quebra de componentes ocasionando na abertura repentina da porta. É físico, havia muita gente dentro do coletivo, a qualquer momento iria acontecer. Muitos acidentes parecidos com este, porém sem vítimas ou feridos, já ocorreram mas sequer serviram como alerta ou foram noticiados pela imprensa que por aqui acha o nosso modelo de transporte lindo.

E qual é a solução? Tucanar a tarifa e tudo certo!

Ah, eu ia me esquecendo! Segundo a prefeitura, o aumento da tarifa é necessário para que sejam substituídos 324 ônibus que estão rodando com sua vida útil vencida e para que sejam adquiridas mais 152 unidades melhorando assim o atendimento nas linhas superlotadas.

É mesmo um transporte modelo...


Por David Musso

Curitiba – PR

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