A escola do Zé Serra é assim
Cerca de 1.000 pais, alunos e funcionários da Escola Estadual Ayres Neto, que fica no bairro da Pedreira, periferia sul de São Paulo, reuniram-se ontem à noite para protestar contra a construção improvisada pelo governo José Serra (PSDB) de oito salas de aula de madeirite, no pátio e na quadra do estabelecimento. Madeirite é aquele compensado usado como tapume de obra. Veja a matéria aqui:Governador José Serra (PSDB)põe aluno em puxadinho de madeira
O "puxadinho", como é chamado, deverá, depois de pronto, acomodar alunos de outra escola, a EE Francisco Alves Mourão, localizada no vizinho Jardim Apurá. Superlotada com seus 1.100 alunos, a Francisco Mourão fica em um desnível de terreno, "um buraco mesmo", disse uma mãe. Não tem espaço para crescer. Decidiu-se, então, ocupar os espaços da Ayres Neto.
No dia 16 de dezembro de 2008, as escolas já sem os alunos (que estavam em férias), e a três dias do início das férias dos professores, a dirigente da regional Sul-1 da Secretaria da Educação, Beatriz Muzzi, assinou o documento com os diretores da Francisco Mourão e da Ayres Neto em que comunicava o início das obras.
Quando voltaram das férias, anteontem, os alunos encontraram os operários furando a quadra para a colocação dos caibros de sustentação das salas de madeirite. O laboratório de física, química e biologia, a cantina da escola, a cozinha onde são preparadas as merendas escolares, os banheiros e a sala da Escola da Família começaram a ser derrubados, para lá se instalar um pátio também provisório, já que o espaço de educação física dos adolescentes estará ocupado. Uma das consequências foi que ontem, na merenda, em vez de comida, os alunos receberam apenas salgadinhos para comer.
"Estão destruindo a nossa escola. Quantos finais de semana viemos aqui para consertar carteiras, pintar as paredes, cuidar do Ayres Neto? Aquelas árvores que existem aí e que já estão grandinhas, também fomos nós que plantamos. Não vamos permitir que destruam isso tudo para construir uma improvisação sem sentido", discursou um professor, voz embargada.
"Ninguém é contrário a construir novas salas para o Mourão. Mas isso que estão fazendo é uma impostura. Nós exigimos respeito", disse a aluna Eliane. Inaugurada em 1978 no que já foi um curral de cavalos, a Ayres Neto é considerada uma das melhores escolas do bairro. Tem 2.800 alunos e mais uma longa lista de espera. Dos seus 160 professores, 57 são efetivos (é um dos maiores índices de professores concursados).
"É como se o governo do Estado estivesse invadindo a minha própria casa", disse a professora de português. A reunião de ontem à noite decidiu que professores, alunos e pais impedirão a entrada dos tratores e dos operários na escola. "Se for o caso, acamparemos e ocuparemos o Ayres Neto", disse o professor de história Pedro Paulo Vieira Carvalho, 42, diretor da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), efetivo, no Ayres Neto desde 2005. Os alunos aplaudiram entusiasmados: "Eiro, eiro, eiro, queremos o banheiro". (Folha)
O "puxadinho", como é chamado, deverá, depois de pronto, acomodar alunos de outra escola, a EE Francisco Alves Mourão, localizada no vizinho Jardim Apurá. Superlotada com seus 1.100 alunos, a Francisco Mourão fica em um desnível de terreno, "um buraco mesmo", disse uma mãe. Não tem espaço para crescer. Decidiu-se, então, ocupar os espaços da Ayres Neto.
No dia 16 de dezembro de 2008, as escolas já sem os alunos (que estavam em férias), e a três dias do início das férias dos professores, a dirigente da regional Sul-1 da Secretaria da Educação, Beatriz Muzzi, assinou o documento com os diretores da Francisco Mourão e da Ayres Neto em que comunicava o início das obras.
Quando voltaram das férias, anteontem, os alunos encontraram os operários furando a quadra para a colocação dos caibros de sustentação das salas de madeirite. O laboratório de física, química e biologia, a cantina da escola, a cozinha onde são preparadas as merendas escolares, os banheiros e a sala da Escola da Família começaram a ser derrubados, para lá se instalar um pátio também provisório, já que o espaço de educação física dos adolescentes estará ocupado. Uma das consequências foi que ontem, na merenda, em vez de comida, os alunos receberam apenas salgadinhos para comer.
"Estão destruindo a nossa escola. Quantos finais de semana viemos aqui para consertar carteiras, pintar as paredes, cuidar do Ayres Neto? Aquelas árvores que existem aí e que já estão grandinhas, também fomos nós que plantamos. Não vamos permitir que destruam isso tudo para construir uma improvisação sem sentido", discursou um professor, voz embargada.
"Ninguém é contrário a construir novas salas para o Mourão. Mas isso que estão fazendo é uma impostura. Nós exigimos respeito", disse a aluna Eliane. Inaugurada em 1978 no que já foi um curral de cavalos, a Ayres Neto é considerada uma das melhores escolas do bairro. Tem 2.800 alunos e mais uma longa lista de espera. Dos seus 160 professores, 57 são efetivos (é um dos maiores índices de professores concursados).
"É como se o governo do Estado estivesse invadindo a minha própria casa", disse a professora de português. A reunião de ontem à noite decidiu que professores, alunos e pais impedirão a entrada dos tratores e dos operários na escola. "Se for o caso, acamparemos e ocuparemos o Ayres Neto", disse o professor de história Pedro Paulo Vieira Carvalho, 42, diretor da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), efetivo, no Ayres Neto desde 2005. Os alunos aplaudiram entusiasmados: "Eiro, eiro, eiro, queremos o banheiro". (Folha)
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