A produção brasileira de celulose fechou 2008 com um crescimento de 7,7% sobre o ano anterior, segundo estimativas divulgadas ontem pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa), entidade que reúne as principais companhias do setor.
As empresas produziram 12,85 milhões de toneladas de celulose no ano passado. Deste total, o setor industrial exportou 7 milhões de toneladas da matéria-prima para a fabricação de papel - o que equivaleu a US$ 3,91 bilhões em vendas externas, uma alta de 23,5% sobre 2007.
A Europa continua sendo o principal destino das exportações brasileiras de celulose, representando 2,02 milhões de toneladas, uma alta de 25%, seguido pela América do Norte, que comprou 791 milhões de toneladas (alta de 27%). A Ásia foi a região onde houve a maior taxa de crescimento das exportações, com 63%, atingindo 690 mil toneladas de celulose.
A produção de papel se expandiu apenas 1,9% ao longo do ano passado, atingindo 9,18 milhões de toneladas por ano. Houve um crescimento de 17% nas importações de papel, de 1,32 milhões de toneladas, das quais mais de 1 milhão se destinaram para a produção de papéis para imprimir e escrever.
No saldo comercial, a indústria de papel e celulose com base no país foi responsável por um superávit de US$ 4,126 bilhões - um crescimento de 21,2% sobre o resultado líquido anterior. As exportações do setor somaram US$ 5,83 bilhões e as importações, US$ 1,71 bilhão. Os papéis corresponderam a 83% do total das compras externas, principalmente em razão da valorização do real frente ao dólar nos primeiros nove meses do ano passado.
O levantamento da Bracelpa também mostra um ligeiro crescimento no consumo brasileiro de aparas de papel. Em 2008, a entidade estima que o consumo alcançou 3,7 milhões de toneladas, um aumento de 1,6%, abaixo das taxas de crescimento da produção (1,9%) e das vendas internas (2,2%) de papéis.
A produção de celulose do ano passado colocou o Brasil na quarta posição entre os maiores fabricantes, superando a Suécia e Finlândia, tradicionais produtores. Especialistas indicam as condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento do eucalipto no Brasil como um dos principais fatores para construção de novas fábricas de celulose. Mas no curto prazo, a indústria está pressionada pela queda nos preços da celulose que fez as empresas paralisarem temporariamente parte da produção. Nas primeiras semanas deste mês, as compras voltaram a ser intensas, mas os preços continuam quase 40% mais baixos. Na semana passada, a Suzano confirmou a demissão de 180 pessoas, somando a outras dispensas já anunciadas pela VCP e Aracruz.(Valor Econômico)
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