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quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Governo reduz compra de gás da Bolívia


O governo Federal reduzirá, pelos próximos três meses, a importação de gás natural da Bolívia. Dos 30 milhões de metros cúbicos por dia comprados atualmente, haverá uma diminuição temporária para 19 milhões de metros cúbicos/dia, anunciou ontem o Ministério de Minas e Energia. O ministro Edison Lobão disse que a medida é possível graças à recuperação dos reservatórios e ao regime hidrológico favorável, que permitirá o desligamento das usinas térmicas a gás durante o período de chuvas - pelo menos até abril.

"Na medida em que as usinas hidrelétricas estão dando conta do recado, haverá energia farta delas e podemos dispensar as usinas térmicas", explicou Lobão.Segundo ele, a redução das importações de gás é provisória. O ministro minimizou as consequências para o país vizinho, que receberá menos dinheiro nos próximos três meses. "Já fizemos grande camaradagem à Bolívia", afirmou Lobão, referindo-se aos aumentos de preço acertados em anos anteriores.


Nos quatro subsistemas brasileiros, o nível de armazenamento dos reservatórios está bem acima do percentual mínimo de segurança para o período atual. As represas estão com 73% de sua capacidade máxima na região Sul, 58% no Sudeste/Centro-Oeste, 48% no Nordeste e 37% no Norte.


O volume de 19 milhões de metros cúbicos diários faz parte da cláusula de "take or pay", segundo a qual o Brasil terá que pagar por essa quantidade de gás à Bolívia mesmo que importe menos do que isso. A capacidade do gasoduto Brasil-Bolívia (Gasbol) é de 30 milhões de metros cúbicos/dia, mas esse volume pode subir um pouco - para 31 milhões de metros cúbicos/dia - com o aumento da pressão, em períodos de grande demanda.


Foi o que ocorreu, por exemplo, no início do ano passado, quando o atraso na chegada das chuvas levantou o temor de um novo racionamento e fez o governo ligar o máximo de térmicas - a gás e a óleo - que estavam disponíveis.


Agora, o cenário é radicalmente diferente. O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) calcula que o risco de déficit de energia é inferior a 5% ao longo dos próximos cinco anos. Esse é considerado o patamar de segurança em sistemas baseados na hidreletricidade, como é o caso brasileiro, em que 85% de toda a energia é gerada pelas águas

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