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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Governo federal prepara novas medidas de combate à crise


O Presidente Lula prepara novas medidas contra a desaceleração da economia, nesta semana, para garantir empregos e estimular à construção civil. Durante a semana deve ocorrer reunião do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com empresários sobre investimentos e manutenção de postos de trabalho. Os bancos oficiais, por sua vez, devem anunciar, também nesta semana, pacotes de redução de juros e spreads bancários (diferença entre as taxas de captação e de repasse dos recursos), conforme ordem do Palácio do Planalto.

O ritmo de calibragem das ações oficiais de combate à crise, entretanto, deverá ser mais tranqüilo, uma vez que as medidas anunciadas na semana passada geraram bons efeitos, como a queda do dólar, que fechou a semana a R$ 2,36, depois de picos de R$ 2,50.

Os bancos oficiais, impulsionados pela redução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e pela ordem do Palácio do Planalto, já estão trabalhando na queda dos juros finais. A Caixa Econômica Federal (CEF) está colocando em operação uma linha de prazo mais longa do CDC salário, de até 48 meses, o dobro do que era operado no período mais turbulento da crise. A nova taxa mensal que deverá ser oferecida ainda esta semana é de 3,4% ao mês; frente taxas que chegavam até a 3,99% mensais no auge da turbulência financeira. Aos poucos, os bancos oficiais estão reduzindo juros de suas linhas de crédito, mas sem alarde.

No entanto, para as centrais sindicais, faltou lançar medidas que garantam a manutenção dos empregos. Há expectativa que o assunto seja debatido em reunião de empresários com a direção do BNDES que deve ocorrer amanhã. Outra frente de discussões que deve ganhar força esta semana envolve a área de construção civil, principalmente depois que o governo voltou atrás na decisão de deixar a Caixa ampliar operações no mercado imobiliário, por meio de uma nova subsidiária.

Outra medida de apoio à economia anunciada na quinta-feira, a que prevê a liberação de recursos das reservas internacionais, depende de aprovação de normas de regulação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que tem reunião na quarta-feira. A medida, anunciada pelo presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, prevê que pelo menos US$ 10 bilhões das reservas internacionais sejam "emprestadas" a bancos, que por sua vez repassarão os recursos para que empresas brasileiras quitem dívidas que têm no exterior. Para ser efetivamente implementada, a medida precisa da regulamentação pelo CMN.

Na quinta-feira, depois de anunciar redução de alíquotas do Imposto de Renda sobre Pessoas Físicas (IRPF), do IOF e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo está atento ao cenário econômico e pode lançar novas medidas para estimular a economia. Segundo Mantega, o governo ainda tem "poder de fogo" para agir contra a crise.

Empresários que participaram da reunião com Mantega e com o Presidente Lula no Palácio do Planalto disseram que as mudanças no IPI, IOF e IR eram bem-vindas, mas ainda representavam pouco para evitar a contaminação da economia real pela crise. Uma das sugestões do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, é ampliar o uso dos compulsórios para garantir crédito na ponta, não apenas como estratégia para garantir liquidez no mercado interbancário. O colchão de compulsórios ainda somava R$ 186 bilhões, conforme posição de quatro de dezembro.

Mantega também deve discutir os impactos da crise no Cone Sul esta semana, pois tem participação prevista hoje na reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul. O presidente Lula participa de reunião da Cúpula do Mercosul, entre amanhã e quarta-feira.

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