Em sua nota no Conversa Afiada de hoje com o título - "Dantas luta desesperadamente pela “BrOi” e pressiona K" - Paco (Paulo Henrique Amorim) chega ao ponto de desrespeitar a inteligência do leitor.
Escreveu as seguintes pérolas:
Mesmo sem botar um tusta no negócio, Carlos Jereissati e Sergio Andrade, os empresários (?) que vão ficar com 78% do mercado nacional de telefonia fixa, demonstram que já desistiram do negócio.
. Talvez prefiram até pagar a multa.
. A patranha, mesmo com doação do BNDES, para eles ficou sem graça.
Deixa eu ver se entendi... Dois empresários que, segundo o blogueiro, estariam ganhando de presente um negócio do BNDES, uma "doação" sem colocar dinheiro nenhum do bolso, preferem enfiar a mão no bolso e pagar uma multa de R$ 500 milhões, porque, segundo Paco, o BNDES (e não eles) teria prejuízo com a queda das ações?
Nem como ironia funciona. O próprio Paco, com esse argumento, fez cair por terra todo o "teste de hipótese" dele de que Sérgio Andrade e Carlos Jereissati não estariam colocando nem um "tusta" do próprio bolso.
Nada como um dia após o outro para a verdade vir à tona.
A segunda pérola foi:
"Daniel Dantas faz uma pressão descomunal sobre Ricardo K (*), presidente da Brasil Telecom, para preservar a patranha da “BrOi”, a qualquer custo."
Nem é preciso ter acesso a qualquer fonte, para saber que a notícia carece de lógica.
Quem tem opção de desistir do negócio é única e exclusivamente a Oi, pagando multa. Por isso não faz o menor sentido falar em pressão sobre o presidente da Brasil Telecom para preservar o negócio. Agora, ele é passivo nas negociações, ele assiste a decisões dos outros e não tem como interferir.
A terceira pérola foi dizer que o delegado Ricardo Saadi, sucessor de Protógenes na Satiagraha não investiga uma possível gestão fraudulenta em contratos da Brasil Telecom com um fornecedor: a empresa Alcatel.
A Satiagraha não acabou. É uma operação longa, que está sendo fatiada, inclusive atendendo ao método que sugere o próprio Juiz De Sanctis: quando encontra provas suficientes sobre um delito, denuncia-se por este delito. Os demais indícios continuam alvo de investigação para recolher mais provas suficientes para nova denúncia.
Segundo Paco, essa denúncia da Alcatel é bastante conhecida e obtida em antiga auditoria da Brasil Telecom. Portanto, pela lógica, o Paco teria que cobrar essa denúncia no relatório do "inclito delegado Protógenes" já que o fato é do tempo em que a investigação estava a cargo dele, e não do delegado Saadi que assumiu agora e ainda não teve tempo suficiente de abordar tudo. Tanto que Saadi já disse que se aprofundará na questão da imprensa no relatório final. Tremei Mainardis e outros.
A quarta pérola é dizer que o Delegado Ricardo Saadi não investiga a “BrOi”. Como não? Luiz Eduardo Greenhalgh foi incluído no relatório como “possível lobistas utilizados pelos criminosos”. O que não fica fazendo é procurar chifre em cabeça de cavalo.
Quem quiser seguir a cabeça de Paco, que o faça, mas pelo menos observem estas contradições, para não comerem gato por lebre.
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