O Presidente Lula está encantado com o "simbolismo" da possível eleição de Barack Obama, o primeiro negro com chances de chegar à Presidência dos EUA. É evidente, em conversas informais, a simpatia do governo Lula por Obama, diferentemente de eleições passadas, quando autoridades brasileiras defendiam reservadamente a conveniência de ter um presidente republicano, menos protecionista.
Lula, segundo um ministro, compara sua própria eleição, de um ex-metalúrgico e migrante nordestino, à possível eleição de Obama, e incorporou essa idéia aos discursos. Na semana passada em Cuba, declarou que, "da mesma forma que o Brasil elegeu um metalúrgico, a Bolívia, um índio, a Venezuela, o (Hugo) Chávez, e o Paraguai, um bispo, seria extraordinário a maior economia do mundo eleger um negro". Lula foi além, ao comentar que "há uma ponta de alegria na mente silenciosa de cada um de nós de ver um negro eleito presidente dos EUA".
Assessores dos dois pretendentes à Casa Branca, Obama e o republicano John McCain, já fizeram contatos com o governo brasileiro, mas só por meio da embaixada do Brasil em Washington. Segundo relatos que chegaram ao ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, ambos fizeram elogios ao papel do Brasil na região e esperam que o país seja visto como modelo.
Ao argumento de que os republicanos seriam mais liberais em matéria de comércio, e favoreceriam o Brasil em temas como o etanol (McCain apóia a redução das tarifas impostas à importação de etanol brasileiro), um influente diplomata argumenta que, Obama teria mais condições que McCain de influir no Congresso, dominado pelos democratas. E é o Congresso quem dá as cartas em temas comerciais.
Há algo de estranho na política americana nos últimos tempos, disse o comentarista conservador Fouad Ajami, em artigo no Wall Street Journal. Trata-se, do fenômeno das multidões que seguem Barack Obama para onde quer que ele vá. "Multidão não é algo tão presente na política da América", escreveu Ajami. "Nós a associamos ao perfil das sociedades de Terceiro Mundo. Pensamos em lugares como Argentina, Egito e Irã, nas multidões que seguiam Perón, Nasser ou Khomeini. Nesse tipo de sociedade, a multidão é uma forma de afirmar sua fé num redentor".
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