O governador de São Paulo José Serra, quer ser presisente, e para isso, pretende vender São Paulo para ter dinheiro no caixa. Dinheiro para a campanha. O governador José Serra desinterditou, sem fazer alarde, o debate das privatizações, rejeitado por seu próprio partido desde a eleição presidencial de 2006, quando o então candidato do PSDB à presidência, Geraldo Alckmin, optou por renegar o legado de outro tucano - o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso -, que, em sua gestão, quebrou monopólios estatais e vendeu empresas como a Vale.
"Serra retomou as privatizações. É o único que está fazendo uma série delas, sem medo de perder apoio político. É um erro pensar que vai perder", disse ao jornal Valor econômico Fernando Henrique Cardoso. "Se você entra no debate ideológico, 'é Estado ou é mercado', está perdido. Tem que funcionar os dois: o Estado e o mercado. Onde for necessário, é preciso fazer concessão mesmo."
Fernando Henrique acredita que, agora, Serra está assumindo seu legad de privatizador,, ao contrário do que fez Alckmin em 2006, na disputa contra o Presidente Lula, e do que fez o próprio Serra, em 2002, também em disputa contra Lula. Na opinião do Fernando Henrique, hoje, Serra não está ligando para o "debate ideológico".
É justamente vendendo São Paulo que o governador paulista pretende construir o discurso de sua candidatura à sucessão de Lula. Serra quer se mostrar como administrador competente que faz o Estado funcionar.
No fim do ano passado, o governo paulista engordou o caixa com mais R$ 2 bilhões ao vender , o trecho Oeste do Rodoanel. No início deste ano, Serra pediu ao governo federal nova autorização para elevar o endividamento, dessa vez em R$ 3,5 bilhões. Novamente, a Fazenda, numa prova de que o governo Lula está cooperando com o adversário político, concordou com a solicitação, que, para entrar em vigor, depende agora da aprovação do Senado. Em conversas com assessores e amigos, Serra diz que é grato ao empenho e à correção do ministro Guido Mantega no atendimento a suas reivindicações.
Os recursos de São Paulo devem crescer nas próximas semanas e meses, com a venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil, uma operação que poderá render quase R$ 5 bilhões ao governo paulista, dono de 71% do capital daquele banco estatal, e com a privatização da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), medida que ainda depende de decisão do governo federal - como o prazo de concessão de duas usinas da estatal paulista expira em 2015, Serra solicitou prorrogação da licença, do contrário, não haverá interesse de investidores privados no negócio; como há 18 usinas e 37 distribuidoras de energia na mesma situação, o governo Lula decidiu estudar uma regra geral e encaminhá-la ao Congresso Nacional.
Os secretários Francisco Luna e Mauro Ricardo confirmam que não há, na gestão Serra, nenhum preconceito contra as privatizações.O próximo passo de Serra:vender, por exemplo, a Sabesp.
Serra controla os gastos com pessoal, que cresceram, de janeiro a agosto, apenas 1,7% em termos reais - essa postura tem lhe rendido inúmeras e ruidosas greves de funcionários, como a dos policiais civis, que terminou em conflito com a Polícia Militar.
Serra, não contrata professores para não ter gastos. Para suprir a falta de professores, o governo paulista contrata para as escolas estagiários universitários que trabalham sem carteira assinada, sem nenhum direito trabalhista, e ganham R$1,20, por hora.
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