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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Barrigada de Paulo Henrique Amorim foi sob medida para especulação em bolsas de valores

O site Conversa Afiada de Paulo Henrique Amorim, veiculou a notícia de que Carlos Jereissati e Sergio Andrade, os controladores da Oi, teriam dado sinais que demonstravam desistência da compra da Brasil Telecom.

Foi na nota - "Dantas luta desesperadamente pela “BrOi” e pressiona K" - pela manhã (está com hora das 10:50).

Menos de 9 horas depois a agência Reuters noticiou exatamente o contrário: "Oi emite R$2 bi para completar compra da Brasil Telecom".

A emissão foi coordenada pelos bancos privados Bradesco BBI (coordenador líder), Itaú BBA e Santander. Com isso a Oi completa toda a captação de recursos necessários para a compra da Brasil Telecom.

Essa notícia desmente completamente a "barrigada" do Conversa Afiada publicada menos de 9 horas antes.

Até aí, tudo bem. É chato para jornalistas darem barrigada, mas faz parte da profissão. Acontece.

O problema maior é que a primeira notícia tem efeito de provocar uma queda no preço das ações das teles, e a segunda notícia tem efeito contrário, de provocar subida no preço das ações. É o tipo de coisa sob medida para especuladores ganharem um bom dinheiro em menos de 24 horas, comprando enquanto a notícia ruim está em vigor, e vendendo após a noticia boa desmentindo ser veiculada.

Seria leviano acusar o jornalista de ter feito isso propositalmente, apesar das claras evidências, mas sem qualquer prova.

Além disso, é bastante comum especuladores de mesas de operações em bolsas do mercado financeiro, plantarem esse tipo de notícia que lhes favoreçam. Se o jornalista não tiver malícia e experiência na área para discernir o efeito de uma notícia nos preços das ações, acaba sendo usado.

Paulo Henrique Amorim, se noticiou a barrigada realmente sem saber, deveria desconfiar de sua fonte. Conforme o caso, se foi realmente usado com fins especulativos, moralmente o "off" deixa de valer, pois a fonte enganou o jornalista, e trata-se de crime.

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