Para difamar os dois fiscais que autuaram a Cervejaria Petrópolis em R$ 100 milhões por sonegação fiscal, buscando invalidar o auto de infração por eles lavrado, o empresário Marcos Valério teria recorrido a duas estratégias: forçar a instauração de inquérito policial contra eles na Polícia Federal, em Santos, e publicar notícias contra os dois fiscais. Para isso, segundo os autos da Operação Avalanche, o empresário teria oferecido até R$ 10 mil a jornalistas e veículos de imprensa. Um dos profissionais que teria se beneficiado do esquema seria o colunista Cláudio Humberto.
De acordo com os autos, o jornalista teria recebido o pagamento de R$ 10 mil para escrever uma nota contra os fiscais.
Segundo os autos, Marcos Valério e seu sócio Rogério Tolentino teriam ordenado todas essas medidas ao advogado mineiro Ildeu da Cunha Pereira, que teria o "apoio irrestrito e incondicional" da advogada Eloá Leonor da Cunha Velloso. Por sua vez, ela repassaria as informações para os policiais aposentados da Polícia Federal Paulo Endo e Daniel Ruiz Balde e para o delegado da Polícia Federal Silvio Oliveira Salazar.
As supostas falsas denúncias contra os fiscais Eduardo Fridman e Antonio Carlos de Moura tratariam sobre crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Também diriam que Fridman seria proprietário de uma empresa sediada na Argentina, que serviria para lavagem de dinheiro.
A nota foi publicada com destaque na coluna de Cláudio Humberto no dia 31 de julho deste ano, sob o título "PF investiga extorsão no governo Serra". Na nota, o colunista cita o nome dos dois fiscais e diz que eles estão sendo investigados pela PF, em Santos, por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e cobrança de propina, mediante extorsão.
"Em face da insistência de Ildeu e segundo ele próprio mencionou expressamente em diálogo monitorado, fato que depende de confirmação, a matéria foi publicada mediante o pagamento de R$ 10 mil, conforme consta do anexo deste relatório as publicações veiculadas na coluna e site do jornalista Cláudio Humberto", diz os autos.
Com a operação concluída e após consulta ao proprietário da Cervejaria Petrópolis, Marcos Valério e Rogério Tolentino teriam decidido como fariam o pagamento aos advogados e aos policiais pelo trabalho executado. No dia 13 de agosto, para supostamente receber o dinheiro e efetuar a divisão entre sua equipe, o advogado Ildeu Pereira teria viajado até Boituva (SP), sede da cervejaria. Sabendo desse pagamento, a Polícia Federal deflagrou uma operação na época e apreendeu R$ 1 milhão em espécie com o advogado, no momento em que ele embarcaria com destino a Itanhaém (SP) para supostamente efetuar o pagamento aos policiais. Agência Brasil
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