Patrimônio de Kassab cresceu 316% no período em que foi eleito para Assembléia e atuou na gestão Pitta; Serra diz não ver problemas Promotoria investigará bens do vice de Serra
A Promotoria de Justiça da Cidadania de São Paulo determinou a abertura de inquérito civil para investigar eventual enriquecimento ilícito do deputado federal Gilberto Kassab (PFL), candidato a vice-prefeito de São Paulo na chapa do tucano José Serra. Além do parlamentar, também será alvo da investigação o deputado estadual Rodrigo Garcia (PFL), 30, seu sócio em vários empreendimentos. Garcia foi chefe-de-gabinete de Kassab no período em que ele ocupou a Secretaria de Planejamento da administração Celso Pitta (1997-2000).
O inquérito foi aberto com base na reportagem da Folha, publicada ontem, sobre a evolução patrimonial de Kassab. Entre 1994 e 1998, descontada a inflação, o patrimônio pessoal do deputado teve um salto de 316%. Nesse período, Kassab foi eleito deputado estadual e trabalhou, por um ano e três meses, no governo Pitta. O patrimônio declarado em 94 era de R$ 102 mil, em valores da época. Quatro anos depois, atingiu R$ 985 mil. Na declaração entregue nesta semana ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral), o valor é de R$ 3,9 milhões.
Kassab, que atribui o crescimento de bens à sua atividade empresarial, afirmou ontem não ver problemas na abertura da investigação. Garcia, sócio de Kassab, disse que o início de seu patrimônio foi uma transferência de bens de seu pai, um ex-industrial.
Serra disse não ver problema no crescimento do patrimônio pessoal de seu vice. "Ele tem todas as explicações e deve apresentar todas. Não é questão de eu concordar, é um fato. Não vejo problema [na variação patrimonial de Kassab]", disse Serra, que caminhou ontem pelo centro de São Paulo.
"A variação de renda é algo que cada um deve demonstrar com muita facilidade, sendo a declaração bem feita", disse Serra, que afirmou não ter tratado do tema com o vice. O pefelista não foi à caminhada. Estava em Brasília. Serra foi contra a indicação de Kassab para a sua vice e ameaçou não ir à convenção do PSDB que o escolheu candidato.
O ex-ministro defendia que o cargo fosse entregue ao secretário estadual de Juventude, Esporte e Lazer, Lars Grael, ou ao secretário de Justiça, Alexandre de Moraes, mas o PFL não concordou.
Serra disse que o fato não irá atrapalhar sua campanha. Aliados do tucano, porém, afirmam que se reunirão com Kassab para lhe pedir explicações. O sentimento hoje na cúpula do PSDB paulista é que não há razão para pedir que Kassab deixe a vice. (Folha de São Paulo, quinta-feira, 08 de julho de 2004 Leia )
José Serra é mentiroso
Veja o que disse Geraldo Alckmin no mês passado 20/09/2008 ao jornal Folha
Pela manhã, Alckmin afirmou que Serra não queria Kassab como vice e ameaçou desistir de concorrer quando o nome foi escolhido. "O Serra queria como candidato o Lars Grael [hoje no PPS, na época no PFL]. Depois se acertou, e já estava escolhido praticamente o Alexandre [de] Moraes [secretário municipal dos Transportes]. Houve um golpe na véspera da convenção, o Serra quase desistiu de ser candidato. Não é a forma adequada de fazer as coisas", acusou.
Agora veja o que disse José Serra também no mês passado à Folha
Irritado com a menção de seu nome, Serra reagiu só à noite e por intermédio da assessoria:
"Lamento que a febre da disputa eleitoral acabe me envolvendo em ataques de campanha. A afirmação não é correta. Não houve golpe na indicação do nome, que foi feita pelo PFL, até porque quem me conhece sabe que pressão comigo não funciona. Por outro lado, como já afirmei em outras ocasiões, o Gilberto Kassab foi um vice leal e solidário. E, à frente da prefeitura, seguiu à risca nosso programa de governo".
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