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sábado, 25 de outubro de 2008

Oposição deve amargar perda de 10 milhões de eleitores pelo país


DEM, PSDB e PPS governarão menos eleitores que em 2004

Mesmo se confirmar a vitória em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, a oposição deverá acordar segunda-feira com um patrimônio perdido de cerca de 10 milhões de eleitores. O número é maior do que o eleitorado de toda a região Norte (9,4 milhões), ou próximo da votação recebida por Geraldo Alckmin (PSDB), em 2006, no Estado de São Paulo (11,6 milhões de votos), onde o tucano teve o seu melhor desempenho.

Hoje, desconsiderando o resultado das eleições, PSDB, DEM e PPS governam juntos 1.760 cidades onde vivem 44,6 milhões de eleitores. No primeiro turno, os três partidos elegeram 1.410 prefeitos, que representam 25,7 milhões de eleitores. Se confirmado o que dizem as pesquisas disponíveis até ontem, sairão do segundo turno com apenas mais três vitórias (em São Paulo, São Luís e Cuiabá) e passarão a governar 34,9 milhões de eleitores.

Comparado ao resultado das eleições de 2004, o desempenho da oposição é ainda pior- e evidencia uma tendência de queda. Naquele ano, mesmo depois de perder a disputa presidencial, as três siglas conquistaram quase 2.000 cidades e 48 milhões de eleitores.

A Folha mapeou a cobertura real dos partidos no país e calculou o patrimônio eleitoral com que eles darão a largada rumo a 2010. Para calcular o eleitorado conquistado em 2004 e neste primeiro turno, foram usados dados do Tribunal Superior Eleitoral. O mapeamento do poder de cada sigla hoje foi feito a partir do cruzamento do número de eleitores nos 5.563 municípios com o partido que governa cada um deles, segundo a Confederação Nacional de Municípios.

O levantamento revela que o PMDB pode se tornar amanhã o grande vencedor das eleições. Já conquistou 19,9 milhões de eleitores no primeiro turno e ainda disputa em 12 cidades. Em cinco, aparece em primeiro em pesquisas recentes. Se confirmar essas vitórias, o PMDB comandará 23,5 milhões de eleitores a partir de 2009. A sigla ainda concorre no Rio, com Eduardo Paes tecnicamente empatado com Fernando Gabeira (PV). Se vencer lá, vai ultrapassar 30 milhões.

Nos bastidores, o resultado nas urnas já alimenta o discurso de peemedebistas por uma vaga na chapa do PT para a sucessão presidencial. O mesmo argumento poderá ser usado nas eleições para a presidência de Câmara e Senado, em fevereiro; e na cobrança por mais espaço no governo.

O PT chega à reta final das eleições com razões para comemorar e lamentar. Ganhou terreno, aumentando no primeiro turno o número de prefeituras de 411 (conquistadas em 2004) para 548. Amanhã, tem chances reais em 12 cidades de grande e médio porte. Pode assim ultrapassar a faixa de 20 milhões de eleitores. A má notícia para o PT é que a sigla está diante de prováveis derrotas em algumas das cidades mais importantes do país, como São Paulo, Porto Alegre e Salvador, segundo as pesquisas. Nas palavras de um petista influente, "uma vitória eleitoral, mas uma derrota política".

O mapa do eleitorado revela ainda que os partidos apontados como beneficiários do mensalão não perderam terreno. Juntos, PTB, PP e PR (antigo PL) conquistaram 18,3 milhões de eleitores em 2004. Hoje, depois do troca-troca partidário, governam 20 milhões de eleitores. No primeiro turno, já conquistaram 18,3 milhões de eleitores e podem chegar a 20 milhões amanhã. Da Folha

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