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domingo, 5 de outubro de 2008

Rio: nem Gabeira, nem Eduardo Paes. O voto útil torna-se uma opção.

O Rio de Janeiro vive o pesadelo de ter um segundo turno com dois candidatos neoliberais, ao gosto do esquema Globo-Veja e Serra ou Aécio.

O Ibope de sábado mostra:

Eduardo Paes-15-PMDB: 31%
Marcelo Crivella-10-PRB: 19%
Gabeira-43-PV: 17%
Jandira Feghali-65-PC do B: 10%
Molon-13-PT: 4%
Solange-25-DEM: 3%
Chico Alencar-50-PSOL: 2%
Paulo Ramos-12-PDT: 1%

O Datafolha, também de sábado:

Eduardo Paes-15-PMDB: 30%
Gabeira-43-PV: 18%
Marcelo Crivella-10-PRB: 17%
Jandira Feghali-65-PC do B: 13%
Molon-13-PT: 5%
Solange-25-DEM: 4%
Chico Alencar-50-PSOL: 3%

Eduardo Paes está com uma dianteira confortável e Gabeira disputa voto a voto com Crivella.

Eduardo Paes representa o continuísmo do César Maia.

E aquele Fernando Gabeira de antigamente, mudou e agora segue os passos do outro Fernando, o FHC, e converte-se ardorosamente ao ideário neoliberal.

Depois de aliar-se à Jorge Bornhausen no Congresso, defender o impeachment de Lula em 2005, ganhar capa elogiosa da Veja, apoiar Geraldo Alckmin em 2006, Gabeira radicalizou:

Durante a sabatina realizada pelo jornal O Globo, ele não apenas defendeu o “choque de gestão” como pregou um verdadeiro "choque de capitalismo!", ressuscitando uma expressão tucana da década de 90.

Não por acaso, o novo convertido demo-tucano Gabeira embarcou na campanha dos DEMos Xô-CPMF, mesmo diante da epidemia de dengue com morte de crianças, e da crise na saúde que a cidade do Rio de Janeiro vive, ainda que seja mais por culpa do abandono de César Maia.

Em retribuição, os grandes empresários da FIRJAN (no Rio equivale a FIESP de SP) e banqueiros, como Armínio Fraga e Walter Moreira Salles (Unibanco), despejaram gordas doações na campanha de Gabeira.

Afinal o que são estas doações perto do que eles já ganharam embolsando a CPMF?

No Rio de Janeiro, a Globo, além da TV, tem rádios, e jornais (O Globo para a elite, e o Extra, mais popular). A família Marinho, dona da Globo, está fazendo tudo para eleger Gabeira ou Eduardo Paes.

O triste é constatar que muita gente desavisada está votando em Gabeira com base em propaganda enganosa. Uns votam no Gabeira do passado que não existe mais, outros votam na propaganda de TV bonitinha, "moderninha" na forma, mas com o mesmo conteúdo neoliberal do governo FHC, que o próprio eleitor rejeita.

Infelizmente, a esquerda no Rio se dividiu em cada um por si, e salvo uma reviravolta, ficará fora do segundo turno, mesmo tendo 3 bons candidatos (Jandira, Molon e Paulo Ramos) que, unidos, teriam todas as condições de vencer, e governarem juntos em coalizão.

O normal seria adotar o voto útil no melhor colocado dos três (Jandira, no caso).
Molon e Paulo Ramos teriam feito um gesto de grandeza se a apoiassem, pelo menos na reta de chegada. Se não fizeram, o eleitor pode fazer por conta própria.

E agora, falar em voto útil, é preciso considerar também a opção Crivella. Na atual conjuntura, com melhores chances de ir ao segundo turno. É sem dúvida muito mais afinado do que Gabeira, para tocar no município, convênios com o governo federal voltados para a população mais pobre.

Além disso, Crivella é adversário do esquema Globo-Veja (até por interesse empresarial na Record), e em 2010 estará ao lado de Lula contra Serra ou Aécio.

Mas o voto pertence à consciência de cada pessoa, e cada um vota de acordo com suas convicções que acreditarem mais acertadas.

E como a esperança é última que morre, torcemos para que o eleitor desavisado, que ainda não frequenta a blogosfera política, reflita profundamente, e perceba que todos dois são continuistas dos governos César Maia:
- votar em Eduardo Paes é como estar votando num herdeiro continuísta de César Maia.
- e votar em Gabeira atualmente é como votar em um FHC, com o agravante de que Gabeira já virou o plano "B" do próprio César Maia para continuar influente na política carioca.

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