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terça-feira, 14 de outubro de 2008

Gilmar Mendes vazou relatório sigiloso


O chefe da Seção de Operações Especiais da Secretaria de Segurança do Supremo Tribunal Federal (STF), Aílton Carvalho de Queiroz, disse em depoimento à CPI dos Grampos nesta terça-feira (14) que a própria presidência do tribunal pode ter vazado o relatório sigiloso que apontava provável escuta em uma sala utilizada pelo ministro Gilmar Mendes. Esvaziado, o depoimento durou cerca de uma hora.

Questionado sobre o vazamento do relatório, que foi publicado pela revista Veja, Queiroz afirmou que o conteúdo era sigiloso e deixou escapar sua suspeita sobre o vazamento. “Imagino que foi a própria presidência (quem vazou). Eu faço o relatório em duas vias e ele é entregue ao chefe de gabinete da presidência."

O chefe da segurança afirmou que não foi aberta uma sindicância para apurar o vazamento do documento. Ele destacou o desconforto com a situação. “Não sei quem vazou, mas era um relatório sigiloso, que não deveria sair”. Ele entregou uma cópia do documento à comissão e afirmou que com a divulgação pela imprensa não haveria mais motivo para o sigilo.

No depoimento na comissão, Queiroz confirmou que foi encontrada uma provável escuta no STF em uma varredura realizada no dia 10 de julho. Segundo ele, não foi possível identificar de onde vinha a transmissão nem decodificar o que era transmitido. Com informações do G1

O chefe da seção de operações especiais da secretaria de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF), Aílton Carvalho de Queiroz, confirmou nesta terça-feira, 14, à CPI dos Grampos da Câmara, que, durante uma operação de varredura, foi identificado "um alerta máximo de provável escuta ilegal".

No dia 10 de julho deste ano, o sinal foi identificado como vindo do lado de fora do terceiro andar do prédio do STF, que é onde estão situados os gabinetes da presidente do tribunal, ministro Gilmar Mendes, e da assessoria geral da presidência. No entanto, Queiroz afirmou que não foi possível identificar o transmissor do suposto grampo.

"Do lado de fora do prédio (do STF) estava cheio de carros, inclusive da imprensa, porque era dia de uma decisão importante do tribunal. O aparelho aponta a direção do possível transmissor, mas como estava vindo do lado de fora, não conseguimos identificá-lo", disse Queiroz.

Embora o Judiciário estivesse em recesso no mês de julho, o presidente Gilmar Mendes estava envolvido com a decisão de concessão de habeas corpus a pessoas presas na Operação Satiagraha, da Polícia Federal, entre elas o banqueiro Daniel Dantas.

Ele disse, ainda, que o aparelho utilizado pelo STF para fazer varreduras é o Oscor 5000E, um correcionador de rádio-freqüência. Ele disse à CPI que, em quinze anos trabalhando na segurança do tribunal, foi a primeira vez que o aparelho indicou nível 5 (que é o máximo grau) para provável escuta.

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