Há muita gente desanimada com a eleição de São Paulo por causa do resultado "proclamado" pelos institutos de pesquisas e pelo PIG.
Sem dúvida que os indicadores não são os mais otimistas e recomendam realismo. Mas não há qualquer motivo para recuo, nem desânimo enquanto não fecharem as urnas no domingo.
A situação é como uma corrida de fórmula 1 que ainda não terminou.
Kassab está na dianteira, e leva o carro na ponta dos dedos. Evita ousadia e evita cometer erros (torce para o TRE levantar a "bandeira amarela", o que proibe ultrapassagens).
Mas a corrida ainda não acabou e até a última curva pode derrapar, sofrer uma pane, precisar poupar pneus ou combustível, ficar lento demais e ser ultrapassado, etc.
A campanha de Marta tem que continuar acelerando ao máximo, e, mesmo difícil, não é impossível a vitória. A campanha de Marta deve fazer a sua parte, se der certo deu, se não der, cada um cumpriu com seu dever.
Como já dissemos o eleitorado de São Paulo pode ser dividido em 3 partes iguais. Um terço vota em Marta e não muda. Um terço vota contra ela, contra Lula e contra o PT, e também não muda.
O um terço restante é de eleitores sem lado pré-definido, que tanto podem votar em um quanto em outro, e escolhem o que lhe parece melhor.
A princípio Kassab não tem mais como ganhar votos. Já ganhou tudo o que podia, chegou em seu teto e só pode manter ou perder votos. À ele interessa acabar a campanha dos dois lados agora, desde já.
Com Marta ocorre o oposto. A pesquisas indicam aproximadamente o seu piso de votos. Então ela não tem como perder mais votos e só pode ganhar. Não interessa esfriar a campanha, porque ela não tem nada a perder, só a ganhar.
Parte do terço do eleitorado sem lado no 1o. turno decidiu de fato na véspera da eleição (como mostrou a própria votação de Kassab acima do esperado, e de Marta abaixo do esperado). Esse eleitorado respondeu uma coisa nas pesquisas e mudou o voto na hora da eleição.
Esse eleitorado forma seu voto de acordo com as informações e propaganda que ele recebe e entende ser verdadeiras ou não. Outra parte decide pela imagem pessoal do candidato.
No primeiro turno esse eleitor tinha um conjunto de informações sobre Kassab que definiu seu voto, com base em propaganda enganosa.
No segundo turno novas informações foram acrescentadas, muitas sobre o verdadeiro Kassab (e não o bonequinho da propaganda).
Esse um terço do eleitorado com votos flexíveis, está respondendo às pesquisas por inércia da propaganda do bonequinho.
Irá formar sua convicção de voto até domingo com as novas informações que recebeu e com a credibilidade que ele sentir nestas informações.
Por isso é hora de não desistir, militar, ocupar espaços, conversar sobre o voto, e expor argumentos pró-Marta e contra Kassab.
Basta uma conversinha porque tem muita gente sentindo-se pouco confortável, tanto para votar em Kassab, como para votar em Marta.
Se não gostam das pessoas dos candidatos, que pelo menos votem no melhor projeto para São Paulo, no mais humano, no mais justo, no mais honesto, naquele que melhorá a qualidade de vida de fato. E quanto a isso não há dúvidas de que o projeto de Marta é melhor, porque coloca as pessoas em primeiro lugar.
Marta fará para a classe média de elite a mesma coisa que Kassab faria. Possivelmente fará ainda mais.
Marta, junto com Lula, fará para os mais pobres muito mais do que Kassab faria, melhorando a cidade como um todo, a educação de qualidade para os mais pobres, formação cidadã saudável com acesso a cultura e esportes, moradia, beneficiando indiretamente a elite, com a redução das tensões sociais decorrentes das desigualdades.
Kassab só é melhor para os milionários paulistanos que são sócios do governo Kassab na prefeitura, e se beneficiam de benesses governamentais. Esses sim tem muito a perder com a eleição de Marta e muito a ganhar com a eleição de Kassab.
Muita gente não acredita em vitória e acha que seria desperdício de esforços ficar militando até domingo. Nada mais falso.
A vitória eleitoral é importante e temos que fazer tudo para não entregar 4 anos à gestão demo-tucana sem luta. Mas mesmo quando a vitória eleitoral não acontece, uma campanha aguerrida sempre trás vitórias políticas a médio prazo.
A campanha é também o momento cívico de propagar idéias, valores, comparar projetos, desmascarar mentiras, maracutaias e hipocrisias.
Se a campanha for bem aceita hoje, e tiver respostas na urnas já, ótimo. Se não for, são sementes plantadas para germinar adiante.
Por isso, dane-se o Ibope e o Datafolha, a gente tem que fazer a coisa certa, o que tem que ser feito, até domingo, independente das pesquisas.
Vale para São Paulo e vale para todas as outras cidades onde houver candidaturas que valha a pena lutar.
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