Sempre ficamos revoltados quando gente de bem paga a conta de armações ardilosas.
Mas, pensando racionalmente, o correto é reagir à estes ardis e não ficar fingindo que não existem.
No sábado (30) noticiamos aqui que o próprio Paulo Lacerda, solicitou investigação externa (à Procuradoria Geral da República, via seus superiores no GSI) da denúncia da revista Veja contra a ABIN. Com isso o PGR precisaria obrigatoriamente acionar a Polícia Federal.
Pois ontem (dia 1) mesmo o inquérito foi aberto, conforme esta nota aqui da PF.
Durante estas investigações da PF, do ponto de vista institucional, realmente o mais correto é afastar o investigado (a cúpula da ABIN), para não pairar dúvidas de que estejam interferindo nas investigações.
Isso é procedimento impessoal e de rotina.
O próprio delegado Paulo Lacerda, como policial de carreira que é, sabe que todo policial investigado sempre é afastado durante as investigações.
A acusação da Veja é taxativa contra Paulo Lacerda, e se as "vítimas" Gilmar Mendes e Demóstenes Torres, também o colocam sob suspeição, é melhor para a cúpula da ABIN ser investigada logo para ser inocentada (e condenar ou autores e a revista Veja, primeiro moralmente como mentirosa, depois com pedido de indenização), do que ficar sendo vidraça de pedradas da oposição o tempo todo.
Foi importante esse afastamento provisório ("solução Hargreaves", como explicado abaixo) para retirar o discurso de "estado policialesco" da boca da oposição e de Gilmar Mendes, e para restabelecer a seriedade do assunto.
Nós reclamamos da ação rápida do presidente Lula, antes de explicar à sociedade, mas o fato é que o afastamento era praticamente inevitável a partir da requisição feita à Procuradoria Geral da República, e o melhor é fazer o mal (o afastamento) de uma só vez e partir para o ataque investigativo da PF, que tem tudo para chegar à conclusões bastante desagradáveis à oposição.
Reclamamos que o presidente deveria bater de frente.
Mas de cabeça fria, a que agenda o presidente Lula deve se dedicar?
Ao enfrentamento diuturno (os factóides não acabam nunca) com gente com Gilmar Mendes, Arthur Vírgilio, Demóstenes Torres? Ou dar encaminhamento policial ao assunto e dedicar-se à agenda própria do governo?
Se Gilmar Mendes está tomando atitudes desesperadas e comportando fora da conduta que seu cargo exige, será que o Presidente da República deve se nivelar ao errado e subir no palanque de Gilmar para brigar com ele?
Se Gilmar Mendes e Demóstenes Torres não se mostram sérios, ao passarem recibo à uma denúncia leviana, sem provas e com fonte oculta de autoria da revista Veja, o governo responde com seriedade ao abrir investigação para dar um basta neste assunto.
Se não tomasse tal providência, a coisa descambaria para um bate-boca sem fim, igual ao caso do "dossiê", quando o governo tratou o factóide como um factóide, e a coisa descambou para uma fonte de denúncias e ilações sem-fim.
Restabelecida a verdade dos fatos, Paulo Lacerda poderá retornar à ABIN, fortalecido.
SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA NÃO PODEM SE DEIXAR FRITAR
O processo que a oposição vinha fazendo através da revista Veja e do presidente do STF era de fritura lenta de Paulo Lacerda. Ele vinha sendo vítima de uma denúncia infundada atrás da outra.
Por isso o afastamento de sua equipe, durante as investigações, acaba sendo providencial para estancar um processo de fritura política, e preservar a instituição ABIN e o próprio diretor-geral.
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