O ex-funcionário do Serviço Nacional de Inteligência (SNI) e da Agência Brasileira de Informações (Abin) Jairo Martins de Souza, personagem da CPI dos Correios, que gravou a fita mostrando Maurício Marinho recebendo propina, é um dos alvos da investigação paralela que está sendo feita pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no caso do grampo feito nas conversas entre o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-TO).
O ex-araponga entrou para o rol de suspeitos do GSI porque possui, além do histórico de gravações clandestinas, uma vasta rede de contatos na Abin e no mercado negro da bisbilhotagem. Na CPI dos Correios, Martins de Souza relatou que mantinha contatos com a seção responsável pelas operações especiais da Abin. Ele não foi localizado ontem pela reportagem.
A versão de que o grampo foi feito por um personagem externo à Abin, sem vínculos formais com a agência, interessa ao GSI. Por isso, a Polícia Federal, que investiga oficialmente o caso, aposta também em outras linhas de investigação.
No entanto, para amainar a crise entre Abin e PF, o ministro-chefe do GSI, general Jorge Armando Félix, pediu que policiais federais examinem os equipamentos da Abin, que já foram periciados pelos técnicos do Exército, para que atestem se eles podem ou não fazer escuta. A solicitação foi apresentada aos dois delegados que investigam o caso, durante visita deles ao ministro, no Planalto.
O primeiro laudo, elaborado por três técnicos do Exército, concluiu que dois dos equipamentos da Abin podem ser usados para escuta telefônica, desde que acoplados a outros, conforme antecipou o Estado.
O GSI e a própria Abin não concordaram com a forma como foi redigido o laudo, alegando que o objetivo dos equipamentos é fazer varredura e que, a priori, os equipamentos não podem fazer grampo, já que precisariam estar integrados a outros para isso.
Para evitar novas polêmicas, além de pedir o novo laudo, o GSI decidiu não divulgar o que está pronto, em suas mãos. Vai encaminhá-lo à CPI, com a tarja de "sigiloso". O GSI insiste que o equipamento foi comprado com o objetivo de fazer varredura e que este é o emprego que a Abin dá a ele.
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