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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Lula pede pressão para votação de reformas


O Presidente Lula pediu ontem que os brasileiros se mobilizem para fazer o Congresso aprovar as reformas política e tributária, durante discurso de 35 minutos para os 8 mil participantes do 18º Congresso Brasileiro de Contabilidade, em Gramado (RS).

“Não é possível que ainda não se entenda que o Brasil precisa fazer uma reforma política para dar legitimidade aos partidos políticos, uma reforma política que acabe com essa história de políticos viverem correndo atrás de empresários e mais empresários para financiar”, afirmou .

O Presidente estava no 18º Congresso Nacional dos Contabilistas, em Gramado (RS), e foi homenageado pela promulgação no fim do ano passado da lei 11.638, que alinha a norma brasileira aos padrões internacionais de contabilidade, e listar iniciativas recentes do governo federal que beneficiaram os contabilistas, o presidente pediu a "colaboração" dos profissionais para a aprovação reforma tributária. "Queria pedir para vocês conversarem com os deputados que vocês conhecem, com os senadores", disse.

A proposta, que prevê a harmonização das regras do ICMS e a transição gradual do recolhimento do imposto do Estado de origem (que ficará com uma alíquota de apenas 2%) para o destino, é "prioritária" para acabar com a guerra fiscal e garantir uma tributação "mais eficiente e mais justa, em que as pessoas paguem menos imposto, mas que todos paguem", afirmou Lula. "Todo mundo é favorável e todo mundo concorda, mas quando chega no Congresso começa a ter problemas".

O Presidente disse que, o Brasil precisa reformar o sistema tributário para "mudar um pouco a página da discussão política". "E outra reforma que queremos fazer é a política", afirmou. Mas, para ele, a iniciativa não deve ser do poder Executivo. "É uma coisa da sociedade, dos partidos e do Congresso Nacional. Estamos dando a nossa sugestão para que seja levada em conta no debate".

Lula voltou ainda a destacar o "desenvolvimento sustentável" da economia brasileira, com crescimento "sólido e constante" num ambiente de "inflação baixa e sob controle", aumento do emprego e da renda e redução da pobreza. Segundo ele, o governo fará um evento amanhã, em Brasília, para mostrar uma "fotografia" do que está acontecendo no país. "Porque quando um anúncio é feito individualmente por uma empresa que vai investir R$ 1 bilhão ou R$ 2 bilhões, isso não tem nenhuma repercussão na imprensa", afirmou.

Segundo Lula, o Brasil teve "muita sorte, pesquisa e decisão de governo" na descoberta das reservas de petróleo no pré-sal. Segundo ele, o país deve investir em refinarias para não exportar óleo cru, mas para produzir "gasolina Premium" e vender para os EUA e a Europa. "Queremos aproveitar para recuperar a indústria naval brasileira, fazendo estaleiros, navios, sondas e plataformas".

Para o Presidente, os "sinais de crise" da economia americana e européia até agora não chegaram no Brasil, mas o país pode ser afetado devido às relações comerciais que mantém com essas regiões. "Mas temos um cenário novo que é a ascensão dos emergentes, sobretudo os Bric (que inclui além do Brasil, a Rússia, Índia e China) e da América do Sul, e se estabelecermos boas relações, procurando novos parceiros, poderemos não sofrer as conseqüências de uma possível recessão nos Estados Unidos".

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