Recebida como heroína em Paris, em meio a especulações e dúvidas sobre as circunstâncias de sua libertação, a política colombiana Ingrid Betancourt disse ontem, em entrevista no Palácio do Eliseu, que o governo brasileiro se ofereceu como um canal de comunicação com as Forças Armadas Revolucionárias Colombianas (Farc).
Indagada sobre a ausência de qualquer referência ao Brasil nos agradecimentos que ela e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, fizeram a governos da América do Sul, Ingrid escolheu um tom diplomático. Elogiou o presidente Lula e acrescentou que o Brasil chegou a se oferecer como possível interlocutor da guerrilha, que a manteve refém por seis anos.
"Toda a América Latina se mobilizou e eu incluo nesta campanha o presidente Lula", disse Ingrid, sentada entre os filhos Lorenzo e Mélanie. "Eu sei que ele conhecia o meu caso, sei que ele fez o necessário para que o presidente [colombiano, Álvaro] Uribe soubesse que é possível contar com o Brasil para contatos com as Farc." A ex-candidata à Presidência da Colômbia disse que pretende ir ao Brasil em breve para pedir a Lula que ajude na libertação dos reféns que permanecem em poder das Farc.
"Reconheço o esforço e o interesse que o presidente Lula teve pelo meu caso. Espero encontrá-lo em breve para que ele nos ajude nesta segunda etapa crucial, que é a libertação dos que ainda estão na selva", disse Ingrid. "Que os brasileiros não se preocupem, porque, se eles têm a sensação de que o que fizeram não foi suficiente, terão sempre uma oportunidade de fazer mais."
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