Pages

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Outro APAGÃO em privatização demo-tucana

As privatizações demo-tucanas das telecomunicações repetem as do setor elétrico: mais cedo ou mais tarde resultaram em APAGÃO.

Desde quarta até quinta feira (dias 2 e 3 de julho) há APAGÃO de Internet em pleno Estado de São Paulo. A maioria dos acessos à Internet são providos pela espanhola Telefonica.

São Paulo é o estado com melhor infra-estrutura e o mais rentável para as operadores de telecomunicações.

Não adianta querer colocar a culpa no governo Lula agora, porque a empresa foi privatizada e a ANATEL criada, justamente para não deixar o governo federal ter ingerência no setor.

A culpa é única e exclusiva do modelo demo-tucano que invariavelmente resulta em APAGÃO.

Do jeito que é hoje, se nada mudar, o usuário que reclame à ANATEL e entre no PROCON. Por isso é que algumas coisas precisam mudar.

Assim como o governo federal, fomos criticados quando defendemos a mudança estratégica no Plano de Outorgas e a criação de uma super-tele nacional. Muitos só enxergaram interesses empresariais na venda da Brasil Telecom para a Oi/Telemar, ignorando todos os gargalos de infra-estrutura deixados sob os cuidados da "mão invisível do mercado", e de uma ANATEL pouco operante.

Deixar as telecomunicações no Brasil continuar como está, atende aos interesses demo-tucanos que querem paralisar o País, e provocar apagões na Internet até 2010, justamente em uma eleição onde a influência da internet será enorme.

E se o governo Lula não reagir, acabará sendo responsabilizado, pois mesmo que o modelo seja herança maldita de FHC, se não agir, pecará por omissão.

O Brasil está com crescimento vertiginoso de vendas de computadores e de novos internautas.
O modelo de negócio das operadoras de telefonia está muito devagar para a necessidade. Elas tem uma estrutura de preços elitista, e focam em cidades densamente povoadas e ricas. O governo precisa injetar ânimo no setor para popularizar mais a banda-larga.

Uma boa medida foi a troca de obrigação de instalar postos de serviço obsoletos, por colocar banda larga nas escolas e nas cidades menores onde a banda larga ainda não chega.

Outra medida é a mudança no plano de outorgas, pois permitirá a outras Empresas, como a Oi/Telemar, atuarem no estado de São Paulo, aumentando a competição. Também permitirá à Telefonica competir em outros Estados.

A Brasil Telecom iria acabar se transformando numa Varig, com o correr do tempo, dada as brigas entre acionistas que se arrastavam há uma década, e que emperravam seu crescimento. Uma grande fonte receita que mantém os lucros da empresa é assinatura da telefonia fixa herdada dos tempos da privatização. Telefonia fixa é um mercado em decadência.

A BrTelecom ainda é altamente lucrativa enquanto a assinatura mensal de um telefone fixo for R$ 40 para linha residencial e R$ 60 para comercial.
Assim como a Varig foi lucrativa enquanto as tarifas eram altas e elitistas.
Quando surgiram concorrentes operando com tarifas aéreas baixas, a Varig não conseguiu acompanhar, e por falta de mudanças, acabou tendo que ser vendida em situação terminal.

Do jeito que está o plano de outorgas, ninguém compete em banda larga com a Brasil Telecom em muitas cidades das regiões Sul e Centro-Oeste. Se a empresa vier a ter um colapso econômico, como houve com a Varig, os usuários destas cidades ficarão sem opção, correndo riscos de sofrerem apagões de Internet bem mais graves do que o que ocorreu em São Paulo por problemas técnicos.

Apagões de internet em Brasília afeta todo o governo federal, e toda a população do Brasil usuária de portais como ProUni, Receita Federal e tantos outros.

A mudança no plano de Outorgas, permitirá outras empresas atuarem nestas regiões da BrT. A venda para a Oi devolverá à BrT capacidade de expansão e escala, longe das brigas internas de acionistas que emperravam a empresa.

Foi importante o governo, através de sua participação acionária pelo BNDES, costurar previamente um acordo de acionistas para compra da Oi pela Brasil Telecom, antes de
mudar o plano de outorgas, porque isso impede que a empresa caia em mãos de grupos estrangeiros com muito mais poder econômico para comprá-la do que a Oi (única com controle nacional ainda).

Um governo conformista fugiria de polêmicas, teria medo de ser acusado de beneficiar Daniel Dantas, e de acusações contra familiares do presidente. Preferiria deixar o esqueleto do Plano de Outorgas ultrapassado dentro do armário.

Se o governo fosse corrupto, abortaria uma operação que já começou com escândalização, e iria praticar falcatruas em qualquer outra área mais escondida, como fazem os demo-tucanos.

Um governo como o de Lula, que sofre mais do que fiscalização, verdadeira perseguição da imprensa, jamais seria louco de escolher fazer uma negociata em duas empresas cuja negociação envolve a CVM, a ANATEL, o CADE, o Judiciário, diversos Ministérios, o Congresso, as operadoras concorrentes que poderiam entrar na justiça.

É gente demais para não haver vazamento, se houvesse más intenções.

Um governo estadista faz a coisa certa, independente de críticas e de escandalização. Foi assim com a Varig. É assim com a Oi e Brasil Telecom.

Espero que este apagão da Telefonica ajude a abir os olhos e colocar as críticas sobre o BrOi em seu devido tamanho.

Se o presidente Lula usasse o próprio filho como "laranja" em negócio de uma empresa como a Gamecorp, registrado em cartório público, ele seria tão burro, que jamais teria chegado à presidência da República.

A sociedade da Gamecorp do filho do presidente Lula com a Telemar, foi um negócio privado, sem dinheiro público, e o filho do presidente não tem sequer a imunidade de um deputado. Ele responde por seus atos como um brasileiro qualquer, e está sujeito a processos em juizados de primeira instância.
Foi um negócio grande para uma empresa pequena como é a Gamecorp, onde o filho do presidente é apenas 1 de 5 sócios, mas irrisório para insinuar compra de tráfico de influência.

Se os donos da Telemar pensavam em traficar influência, perderam tempo e dinheiro. No escândalo ALSTOM, a justiça suiça comprovou que as propinas aos tucanos eram de 7,5% sobre o valor dos contratos. O volume de dinheiro que o BNDES está investindo em ações da Oi é da ordem de R$ 2 bilhões. Uma propina no padrão tucano da ALSTOM seria de R$ 150 milhões sobre um valor destes.

A Gamecorp não exerceu a menor influência na decisão de criar a "BrOi", e Daniel Dantas sempre foi mais um empecilho a ser vencido, do que um articulador deste negócio.

O que guiou o governo foi criar uma tele nacional capaz de sobreviver sem ser engolida pelos estrangeiros e dar o primeiro passo em sentido contrário a tudo de ruim que houve nas privatização das teles, além de evitar futuros apagões.

Leia também:

BrOi: mitos e fatos

Lula e a visão estratégica dos estadistas

BrOi parte 5: Mudanças nas Leis de telecomunicações

BrOi parte 6: Fundos e Citibank fizeram acordo em 2005 para vender sua parte no final de 2007

0 Comentários:

Postar um comentário


Meus queridos e minhas queridas leitoras

Não publicamos comentários anônimos

Obrigada pela colaboração