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terça-feira, 29 de julho de 2008

Na Bahia, Lula deverá ficar longe dos palanques aliados

Em viagem à Bahia para a inauguração de uma unidade produtora de biodiesel da Petrobras, em Candeias, e para o lançamento do Plano Nacional da Pesca, em Salvador, o Presidente Lula deve passar longe da disputa que envolve três aliados do governo petista do estado na campanha pela Prefeitura de Salvador.

O deputado Walter Pinheiro (PT), o prefeito em campanha pela reeleição, João Henrique Carneiro (PMDB) e o candidato Antonio Imbassahy (PSDB) foram orientados pelos advogados de campanha a evitar o palanque presidencial para não ferir a lei eleitoral, que impede a presença dos candidatos em eventos de lançamento de programas oficiais. A prefeita de Candeias, Maria Maia (PMDB), também planeja ficar longe da solenidade.

"O principal a ser evitado é o palanque, mas até a área VIP do evento pode causar problemas", diz o coordenador de Comunicação da campanha de Walter Pinheiro (PT) Edson Miranda Borges.
Apesar do receio de aparecer no palanque ao lado de Lula, os três candidatos se digladiam pelo direito de colar a imagem à do presidente em suas campanhas. Batizada de "Salvador, Bahia, Brasil", a coligação em torno da candidatura de Pinheiro ao Palácio Thomé de Souza enfatiza a aliança de Pinheiro com o governador Jaques Wagner e Lula Prefeito da capital baiana, João Henrique explora ao máximo a participação de seu partido, o PMDB, no governo Lula. "O PMDB é o maior aliado do presidente a nível federal e a imagem do prefeito, muito por conta das obras realizadas na cidade em parceria com o governo federal, está diretamente ligada à imagem de Lula", defende o publicitário Maurício Carvalho, diretor de Marketing da campanha de João Henrique. Até o fim da semana, o presidente deve definir, em reunião no Palácio do Planalto, as cidades onde comparecerá a eventos de campanha de seus candidatos. A presença de Lula nas campanhas de São Paulo, ao lado da candidata Marta Suplicy, e em São Bernardo do Campo (SP), no palanque do ex-ministro do Trabalho Luiz Marinho, já é apontada como certa no primeiro turno das eleições.

No resto do País, a orientação no Planalto, até o momento, é de discrição. Em reunião da coordenação política, ontem, Lula recomendou aos ministros que evitem polêmicas nas campanhas municipais e críticas a candidatos, sobretudo em cidades onde houver mais de um competidor de partidos da aliança de sustentação do governo federal.

Recursos para a pesca

O plano a ser anunciado hoje em Salvador prevê R$ 1,7 bilhão em recursos para investimentos no setor de pesca, mais a liberação de R$ 1 bilhão em linhas de crédito, até 2011, com foco na pesca artesanal. A expectativa do governo é aumentar em 400 mil toneladas a produção de pescado no Brasil, hoje de 1,05 milhão de toneladas/ano.

O estado da Bahia foi escolhido para o lançamento por possuir o litoral de maior extensão no País. A capital do estado abrigará um dos principais terminais pesqueiros projetados na ação anunciada hoje. Tais terminais servirão como ponto de revenda do pescado, eliminando a figura do atravessador e garantindo a queda do preço ao consumidor final.
Em Candeias, a unidade de produção de biodiesel da Petrobras, construída ao custo de R$ 101 milhões, foi projetada para capacidade para produzir 57 milhões de litros anuais do produto.

Segurança Pública

A questão da segurança pública tem sido ponto de destaque nas campanhas dos candidatos à prefeitura de Salvador (BA). Desde o início do ano a cidade tem enfrentado uma onda crescente de violência por conta de uma guerra entre diferentes facções do tráfico de drogas e as chacinas em bairros de classe média têm tomado conta do noticiário local. Na semana passada, cinco homens metralharam um posto policial no bairro de Paripe, no subúrbio ferroviário da capital baiana. Em menos de dois meses, três chacinas aconteceram na cidade, com um total de 15 mortos.

Pressionado pela crise na área de segurança, o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB) está em terceiro lugar nas pesquisas, com 18% das intenções de voto segundo o último levantamento realizado pelo instituto Vox Populi. Complicam ainda mais a situação do prefeito os 36% de rejeição apontados pela pesquisa. Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) e Antonio Imbassahy (PSDB) lideram a disputa com 26% e 24% das intenções, respectivamente.

"A prefeitura tem investido sistematicamente em segurança, com a instalação de câmeras pela cidade e com a operação Banho de Luz, de investimento em iluminação pública", defende o coordenador de marketing da campanha de João Henrique, Maurício Carvalho. Sempre destacando a responsabilidade do governo estadual sobre a área.
De olho na crise de segurança da capital baiana, o governador Jaques Wagner (PT) entregou, só neste ano, 201 novas viaturas às polícias Civil e Militar e anunciou a contratação de 3,2 mil policiais para reforçar as forças de segurança da cidade.

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