O juiz Luiz Roberto Ayoub, coordenador do processo de recuperação judicial da Varig, afirmou nesta quarta-feira que ficou surpreso com as declarações da ex-diretora da ANAC, Denise Abreu de que houve influência da Casa Civil para facilitar a venda da VarigLog e, posteriormente, da companhia aérea.
Ayoub negou ter recebido ou feito pressão durante as duas negociações, consideradas por ele atos jurídicos perfeitos e acabados.
"Quero deixar muito claro: eu não quero e não participo dessas questões políticas. Quero crer, como brasileiro, que isso não passa de um mal-entendido. Como juiz, não me interessa se eles fazem isso ou aquilo. Se fazem, fica da porta do meu gabinete para fora. Aqui dentro, eu não admito nenhum tipo de pressão", afirmou. "Eu posso errar. Agora, errar com o intuito de fraudar... Se isso acontecer, estou fora da magistratura porque não me presto a esse tipo de papel", acrescentou.
Tido como um juiz de decisões polêmicas, ele afirmou não se incomodar com isso. Especialmente em relação a uma resolução dele que evitou que o comprador da Varig tivesse de arcar com as dívidas da parte da companhia que continua em recuperação judicial, agora conhecida como Flex, com débito estimado em R$ 7 bilhões.
"Sou juiz e não sou perfeito. Se eu tivesse de tomar as mesmas decisões hoje, tomaria todas da mesma forma. As decisões polêmicas, a que se referiu hoje o artigo (do jornal O Estado de S.Paulo), foram mantidas até hoje pelos tribunais superiores. Então, a decisão polêmica não seria só minha, seria de todo o Poder Judiciário", disse.
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