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sexta-feira, 6 de junho de 2008

Denise Abreu joga com as palavras: usa "Pressão" para insinuar "Lobby"

Se o PIG não fosse o PIG, a entrevista de Denise Abreu mereceria no máximo notinhas nos cantos. Uma frase sua, no próprio Estadão, mata pela raiz o interesse objetivo na notícia:

"Denise afirmou ainda que desconhece quaisquer tipo de negociações que envolvessem benefícios financeiros àqueles que ajudassem na venda da companhia aérea."

Se não é financeiro, onde está o "escândalo"? Interesse público? Ué... mas governos não são eleitos para isso mesmo? Para defender os interesses públicos?

Isso desfaz a artimanha ardilosa do PIG de usar a plavara "pressão" com a insinuação de "lobby".

As palavras de Denise foram ardilosamente estudadas, levantando a bola para fabricar um escândalo fajuto apenas político, sem comprometer-se juridicamente.

Uma simples reunião do CONAC com divergências de opiniões, Dona Denise pode "interpretar" como "pressão".

Ora é público e notório que todo mundo no Brasil queria sim uma solução para a Varig. Dezenas de outras tentativas infrutíferas de venda foram feitas, sem sucesso, inclusive uma fusão com a TAM que não vingou.

Dilma Roussef respondeu com a mais pura verdade quando disse não ter feito lobby pela venda da Varig. "Pressão" é muito mais genérico do que lobby e cabe uma infinidade de interpretações. Perceberam o jogo de palavras?

Se Dilma reclamou solução é mais do que legítimo como cidadã, e fez muito bem como membro do governo, principalmente ela que tem raízes no Rio Grande do Sul, berço da Varig.

Salvar a VARIG sem prejuízo aos cofres públicos, como foi feito, e foi feito pelo judiciário dentro da nova lei de falências, era questão de salvar milhares de empregos, o bom funcionamento da malha aérea, das rotas internacionais, ou seja, era coisa de interesse público, que qualquer autoridade pública gostaria de encontrar uma boa solução para o caso.

E se houve reuniões no CONAC com a presença de ministros e da ANAC, e divergências de opinião forem consideradas "pressões" ou "lobbies", então não pode mais haver reunião entre órgãos de governo para tomar decisões. Pois basta uma autoridade discordar da outra, que pode ser acusado de "pressão" no sentido de lobby.

É mais um dos testes de hipóteses ridículos do PIG.

Que o governo federal, assim como parlamentares, inclusive da oposição, governador do Rio Grande do Sul, o próprio Juiz do caso, sindicatos de aeronautas, se empenharam e fizeram pressão (legítima quando visou interesses legítimos) em buscar solução para salvar a Varig, isso todos fizeram, e saiu nos jornais.

O próprio PIG cansou de fazer pressão por solução no caso Varig, muitas vezes cobrando ação do governo. Se fosse assim, então o PIG também teria feito lobby e precisaria ser denunciado. Basta pesquisar o histórico de notícias, colunas e editoriais, que podemos interpretar como lobbie em favor da TAM, da GOL, de grupos da VARIG, das dezenas de compradores que se interessaram, etc.

É função de governo sim, ouvir a sociedade, e cobrar providências do interesse público.

Agora, cabe a ANAC, autoridade independente, decidir. E para decidir deveria ouvir as partes, levar em consideração os interesses públicos e nacionais, e decidir a melhor solução possível, dentro das normas legais.

Se Denise Abreu julga que ela própria não agiu desta maneira, a criminosa é ela.

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