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quarta-feira, 7 de maio de 2008

Ver o JN dizer que “a oposição perdeu o rumo”, não tem preço


No Jornal Nacional desta quarta-feira: Dilma passa no teste político....Dilma Rousseff chegou na hora marcada. Foi para a Comissão de Infra-Estrutura acompanhada pelo presidente do Senado e por aliados. A oposição foi direto ao dossiê: as informações sigilosas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que vazaram da Casa Civil.

O líder do Partido Democratas (DEM), o senador José Agripino, insinuou que a ministra poderia mentir à comissão, lembrando uma entrevista em que ela falou sobre o tempo em que ficou presa durante a ditadura militar. “Vossa excelência responde: a prisão é uma coisa em que a gente se encontra com os limites da gente. É isso que, às vezes, é muito duro. Nos depoimentos, a gente mentia feito doido. Mentia muito, mas muito. O que quero dizer com tudo isso? Que eu tenho medo de estarmos voltando a um regime de exceção”, critica José Agripino.

Desconforto geral. A ministra Dilma Roussef respondeu. “Eu tinha 19 anos, eu fiquei três anos na cadeia e eu fui barbaramente torturada, senador. Qualquer pessoa que ousar dizer a verdade para interrogadores compromete a vida dos seus iguais e entrega pessoas para serem mortas. Eu me orgulho muito de ter mentido, porque mentir na tortura não é fácil. Na democracia, se fala a verdade. Diante da tortura, quem tem coragem, dignidade, fala mentira. Esse diálogo é democrático. A oposição pode me fazer perguntas e vou poder responder. Estamos em igualdade de condições humanas e materiais. Nos não estamos em um diálogo entre o meu pescoço e a forca, senador. Eu acredito que nós estávamos em momentos diversos da nossa vida em 1970”, responde a ministra.

A oposição perdeu o rumo. A ministra passou a falar do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os senadores começaram a perguntar sobre as obras dos seus estados. Em um clima de elogios e cordialidade, surgiram poucas perguntas sobre o dossiê, que a ministra voltou a negar.

“Não há dossiê. O que há, o que foi e o que existe, que está à disposição, inclusive, da própria CPI, são dados. Todos os dados relativos ao período, relativos a cartão corporativo e a suprimento de fundos. Nós considerados que foi vazado informações absolutamente privativas da Casa Civil. Está sob investigação quem vazou. Porque vazou isto”, afirmou Dilma.

O governo estava tão confortável com o depoimento, que concordou em prorrogar a sessão. As votações em Plenário foram canceladas. Anoiteceu e o Senado ainda estava ocupado com a única agenda do dia: o depoimento da ministra. Para o Planalto, Dilma Rousseff venceu um grande teste político. O vídeo deles é esse aqui

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