Essa notícia você não vai ler na Folha, panfleto do PSDB. Apesar de ter 112.623 homicídios registrados de 1997 a 2007 nas delegacias paulistas, a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo(SSP) não divulga um levantamento de quantos deles foram esclarecidos nem o perfil das vítimas e autores desse tipo de crime.
Em nota oficial, a Secretaria informa que os números existem, só não são divulgados "por motivos óbvios de estratégia e segurança". Mas acrescenta que o registro de casos solucionados não é prioridade. "A meta de esclarecimento de crimes é sempre o maior possível, a polícia trabalha sempre no sentido de fazer o melhor trabalho sem quantificá-lo."
Alguns departamentos regionais, porém, têm esse controle. A Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) de São Paulo, por exemplo, divulgou balanço de 2001 a 2005. A unidade tem o controle dos crimes cometidos somente dentro da capital. Ou seja, em um primeiro instante o assassinato é contabilizado no distrito da área e, depois, o Boletim de Ocorrência (BO) - principalmente se o caso tiver reprecussão - é encaminhado a delegacia especializada.
A SSP não informa qual o percentual de crimes registrados somente pelo DHPP. Mas um levantamento anterior mostra que, em 2001 a capital instaurou 5.664 inquéritos de homicídios dos quais 1.158 (20,4%) foram esclarecidos. O índice de casos solucionados subiu para 65,5% em 2005, com 1.388 crimes esclarecidos dos 2.119 inquéritos abertos. Essa média, porém, é localizada e não pode ser atribuída a todo o Estado.
"Quem traça os perfis de vítimas e assassinos não é especificamente o delegado ou departamento. Cada caso é um caso, nada pode ser generalizado", afirma a nota.
Hoje, segundo a SSP, não existe um tempo médio para um homicídio ser esclarecido: "cada um tem suas características próprias e a polícia sempre zela pela qualidade de seu trabalho e não pelo tempo."
O professor José dos Reis Santos Filho, do Núcleo de Violência da Unesp de Araraquara, por sua vez, considera que as estatísticas e sua divulgação são meios fundamentais para ajudar a polícia a evitar futuros crimes e a medir a eficiência dos métodos de investigação adotados. "Acho importante a população saber e ter uma visão geral da criminalidade no Estado."
O secretário da Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, comemora a queda na criminalidade do Estado, que, no primeiro trimestre de 2008, teve 1.197 vítimas de homicídios. Isto, segundo Marzagão, representa pouco mais de dez homicídios para cada 100 mil habitantes.
A SSP não comenta, porém, porque as mortes de suspeitos em confrontos com policiais não entram na estatística de homicídios, sendo caracterizados como "resistência seguida de morte". Na prática, de 1997 a 2007, foram mortas por policias 5.714 pessoas, de acordo com os próprios dados da SSP divulgados no site.
Nº de mortos pela PM em SP cresce 55% em 2008
O número de pessoas mortas pela Polícia Militar de Sã Paulo no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2007, aumentou 55%.
No total, foram 107 mortes em confronto neste ano. No ano passado, os primeiros meses registraram 69 mortes. Prisões em flagrante e feridos em tiroteios com PMs, se mantiveram estáveis. No mesmo período, oito PMs morreram em serviço, número igual ao de 2007.
Os comandos de policiamento da capital e da região metropolitana respondem por pouco mais de 50% dos casos. Em seguida, aparece o Comando de Policiamento de Choque, com 18 casos. Os nove comandos de policiamento do interior deixaram 25 mortos.
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