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quinta-feira, 22 de maio de 2008

O senhor Alstom


Mais de 2,5 páginas de contratos de metrô de São Paulo ocupam a mesa do promotor Silvio Marques. No Rio de Janeiro, o presidente da Light, José Luiz Alquéres, tenta mudar a forma de cálculo para conseguir um reajuste maior no preço da energia. Homens diferentes em papéis distintos que em breve vão se encontrar. O promotor investiga se a multinacional Alstom pagou US$ 6,8 milhões em propina para vencer licitações de US$ 45 milhões do metrô de São Paulo, entre 1998 e 2006.

Bem nesta época, José Luiz Alquéres foi presidente da Alstom. Ele ficou conhecido pela gestão à frente da Eletrobrás, entre 1993 e 1994. No comando da Alstom, José Luiz Alquéres não perdeu uma licitação, atraindo a atenção e a inveja dos concorrentes, que diziam que o ponto forte da Alstom era o “fator político”. Conseguiu contratos para construir as turbinas de Itaipu e Tucuruí, as termoelétricas do Rio, Paraná, Bahia e São Paulo. Em 2006, ele acertou sua saída. Foi para a Light com a promessa de não se desligar totalmente da empresa francesa.

O problema é que autoridades suíças encontraram indícios de pagamento de subornos da Alstom na América do Sul e na Ásia, entre 1995 e 2006, que poderiam somar até US$ 200 milhões. Especializada em transportes e energia, a empresa já foi alvo de outra investigação no Brasil. Em 2006, a PF apreendeu comprovantes de transferência de US$ 550 mil e US$ 220 mil da sede francesa para uma off-shore no Uruguai.

O caso foi arquivado por falta de provas. “Sobre a denúncia atual, só tenho os contratos do metrô e estou esperando o material do Exterior”, disse o promotor Silvio Marques durante a senama. Procurado pela imprensa, Alquéres, o senhor Alstom, diz que não fala com jornalistas.

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