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sexta-feira, 30 de maio de 2008

Fitch ratifica País como seguro para investidor estrangeiro


A Fitch Ratings se juntou à Standard & Poor’s (S&P) e concedeu ontem uma melhora na avaliação de risco do Brasil, elevando o País à categoria de grau de investimento. A agência americana elevou a nota brasileira para dívida em moeda estrangeira de "BB+" para "BBB-", o menor nível dos países considerados seguros para o investidor estrangeiro. Desde 30 de abril, o País já era considerado grau de investimento pela S&P, também com nota "BBB-". Na ocasião, a Fitch anunciou que o rating brasileiro estava passando por uma reavaliação, divulgada agora com o upgrade.

O segundo grau de investimento concedido ao Brasil, agora pela Fitch, é considerado uma confirmação do rating brasileiro, importante para alguns investidores. Falta agora, das agências de rating de maior destaque, apenas a Moody’s tirar o Brasil do grupo de países considerados grau especulativo. Na escala da Moody’s, o Brasil é Ba1, ainda a um nível do grau de investimento.

Ao explicar a decisão de melhorar a nota brasileira, a diretora-sênior da área de soberania da Fitch, Shelly Shetty, lembrou a forte queda da vulnerabilidade externa do País. "O upgrade concedido reflete uma série de fatores, como crescimento do PIB, a estabilidade econômica e, claro, a forte queda da vulnerabilidade externa do País", explica Shelly. "O governo tem se comprometido com políticas fiscais adequadas e um superávit primário que reforça a idéia de sustentabilidade fiscal."
A diretora-sênior da Fitch lembrou também o fato de o Brasil recentemente ter se tornado credor público externo. "Isto é importante, pois torna o Brasil mais resistente a crises externa, a choques cambiais por exemplo", explica Shelly. As reservas internacionais do País, citadas no relatório da Fitch como importantes, estão hoje próximas de US$ 200 bilhões, em sua máxima histórica.

O relatório da Fitch citou ainda o fato de o Banco Central estar agindo para manter a estabilidade dos preços. "O Banco Central brasileiro não tem hesitado em aumentar as taxas de juros para manter a inflação sob controle", consta do relatório. "Além disso, o governo continua mostrando disciplina fiscal ao reiterar o superávit primário de 3,8% do PIB, mesmo depois da perda de 1,5% do PIB em receitas como resultado da não renovação da CPMF em dezembro de 2007." E ainda: "a dívida pública externa líquida atingiu -34% das receitas externas correntes em 2007, melhor do que a média de -17% e comparável com a do Peru e Cazaquistão".

Shelly afirmou que, para ir além da nota BBB-, o Brasil precisa avançar em pontos-chave. "Não existe um prazo médio em que os países conseguem subir na escala dos considerados grau de investimento. É necessário melhoras fiscais e, sobretudo, a manutenção das conquistas já feitas", diz ela, lembrando que o Brasil vive um longo ciclo de crescimento que precisa ser mantido. "Ainda há diferença na taxa de crescimento do Brasil em relação ao outros países no mesmo nível, mas o atual ciclo de crescimento deve contribuir para que esta distância diminua", completa. Enquanto, na média, países com rating BBB crescem 5% ao ano, o Brasil registrou um crescimento de 4,5% nos últimos cinco anos.

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