Quem disse foi Guilherme Afif Domingos (DEMos/PFL) secretário estadual de Emprego e Relações de Trabalho do governo demo-tucano de José Serra.
Afif, em discurso na cidade de Mauá/SP, ironizou a "preguiça" deixada pela côrte imperial na cultura de cariocas e baianos (ex-capitais).
Além do desconforto causado aos trabalhadores migrantes de outras regiões que acompanhavam o evento, as declarações de Afif repercutiram mal com ativistas contra o preconceito.
Para "caprichar" mais ainda, insinuou o mesmo para os benefiários do bolsa-família:
"O Banco do Povo tem a cara do paulista, porque é feito para o trabalhador e nós gostamos de trabalhar. Isso desde os tempos do Brasil Império, porque aquele pessoal da côrte não gostava muito de trabalhar, não. Só chegamos onde chegamos por essa distância da côrte. Até hoje, onde ainda há tentáculos dessa cultura, existe essa falta de cultura do trabalho. Por isso há no Brasil essa situação em que alguns trabalham e pagam pelos benefícios dos que não trabalham".
Daniel Calazans, da comissão de combate ao preconceito do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, protestou:
"Em primeiro lugar, ele desconhece a história do Brasil e ignora os 400 anos de escravidão do negro e do índio, quando uma classe se apropriou de forma criminosa do trabalho desses povos. Isso tudo abalizado pelo Estado da época. Inflelizmente agora, esse representante da burguesia que herdou esse legado, continua pensando da mesma maneira. Estou indignado e revoltado com uma mentalidade tão tacanha e tão retrógrada"
Honerê Al-Amin Oadq, do Movimento Negro Unificado, também criticou a postura do secretário. "Nós sabemos que vivemos as seqüelas de um processo muito podre da história da humanidade. As mazelas que vivemos até hoje não são só financeiras, mas é a retirada de nossos direitos à saúde, ao trabalho, à educação. E ainda vêm essas pessoas, que usufruem dos benefícios dos ancestrais colonizadores, que não têm a menor noção da realidade que o colocou nessa situação", lamentou.
Fonte: Jornal ABCD Maior
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1 Comentários:
Incrível é que esses conservadores idiotas bairristas, provincianos e preconceituosos acham que tem competência para governar um país tão miscigenado quanto o Brasil. Não conseguem enxergar um palmo à frente do próprio focinho.
São gente (gente???) que parou no tempo, lá no Brasil Colônia, escravagista, que em época de eleição querem posar pra foto dos "modernos".
Credo. Têm mesmo é que virar bicho empalhado.
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