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sábado, 26 de abril de 2008

Yeda recusa demitir secretário amigo de indiciado por PF


Um encontro de cerca de 30 minutos do secretário do Planejamento e Gestão do Rio Grande do Sul, Ariosto Culau, com o empresário Lair Ferst, ontem, constrangeu o governo Yeda Crusius (PSDB). Ferst foi um dos 14 presos pela Operação Rodin, da Polícia Federal (PF), em 6 de novembro, e um dos 39 indiciados ao fim do inquérito, em 14 de março, por suposta participação no esquema de desvio de cerca de R$ 40 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em 2003.

Informados de que Culau e Ferst tomavam chope na praça de alimentação do Shopping Total, deputados da oposição e até aliados pediram ontem a exoneração do secretário. Yeda não atendeu aos pedidos. "Ele é uma pessoa qualificada, honesta e íntegra e não está na minha linha de ação demitir um secretário porque ele tomou um chope com um amigo", justificou a tucana Yeda. O episódio dá mais munição à oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o desvio.

A fraude consistia na contratação, pelo Detran, da Fundação de Apoio à Ciência e Tecnologia (Fatec), vinculada à Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sem licitação. A Fatec terceirizava os serviços de elaboração e aplicação de testes para emissão de Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHS) de motorista a empresas, entre as quais duas de familiares do empresário. As empresas são suspeitas de superfaturar os serviços e repassar parte dos ganhos a diretores do Detran.

Desde a instalação da CPI, em fevereiro, a oposição faz de Ferst alvo porque ele atuou na linha de frente na campanha política da governadora Yeda Crusius (PSDB do Rio Grande do Sul em 2006. Culau comandou uma força-tarefa que estudou a situação jurídica do Detran e participou do anúncio da rescisão do contrato com a Fundação para o Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Educação e da Cultura (Fundae), substituta da Fatec desde abril de 2007. A decisão poria o governo do Rio Grande do Sul na ofensiva, mas o encontro com Ferst, poucas horas depois do anúncio, deu novas armas à oposição.

Shopping

Ao explicar o episódio, Culau disse que esperava por amigos no shopping quando recebeu um telefonema de Ferst e aceitou tomar chope com ele. O encontro foi flagrado pela reportagem do jornal Zero Hora. "Foi uma ingenuidade política minha", admitiu, depois de perceber a repercussão do gesto.

"Esse chope desceu quadrado", brincou, admitindo que é amigo de Ferst desde que voltou de Brasília, no início de 2007.Culau disse que pediu desculpas a Yeda. Até a noite de ontem, ele jurava que estava prestigiado pela governadora.

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