O jornalismo do Estadão, resvalou para o analfabetismo funcional, em matéria da Agência Estado, publicada em diversos órgãos do PIG como G1 da Globo, e outros.
Já houve algum avanço no título "Investigação sobre dossiê FHC não deve chegar a Dilma". Mas a matéria, escorrega feito para o analfabetismo funcional (lê e não entende o que está escrito) quando acrescenta sua linha de pensamento, avançando o sinal no que disse o delegado Sérgio Menezes, da Polícia Federal, encarregado da investigação.
O delegado disse, corretamente, ter como fundamento para a investigação o artigo 325 do código penal.
O artigo 325 tem um inciso que diz ser também punível quem "permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública".
Aí a linha de pensamento do Estadão resvala bonito para o analfabetismo funcional. O jornal chega à conclusão:
"Como Erenice teria recebido a ordem de Dilma para que o dossiê fosse feito e organizou a equipe para montá-lo, ela teria se omitido em estabelecer um mecanismo de controle para evitar o vazamento de informações".
Ora, está claro que Erenice só seria responsável caso tivesse facilitado o acesso a pessoas NÃO AUTORIZADAS. Se ela própria organizou a equipe, é óbvio que ela própria AUTORIZOU.
Erenice não tinha que estabelecer controle nenhum a mais, porque o controle para não vazer informações já existe no próprio estatuto dos funcionários.
Funcionários não podem usar informações privativas do trabalho para outros fins que não sejam do trabalho. Isso é realidade não só no serviço público, com também em empresas privadas.
O Estadão está pedindo que chefes transformem-se em polícia para que obrigue funcionários a cumprirem seus deveres, senão eles não tem responsabilidade em cumprir? Tenha a santa paciência.
Mas não pára por aí. O Estadão implanta uma contradição onde não existe.
Segundo o Estadão, Tarso Genro, disse que a apuração teria por foco somente o vazamento. E o delegado Menezes não iria se limitar a apurar quem foi o vazador. Irá inquirir também de quem ele recebeu a ordem para montar o banco de dados, com que intenção vazou os números, para quem o dossiê foi entregue e a mando de quem os dados foram revelados.
Ora, tudo o que o delegado disse, diz respeito a apurar o vazamento: causas e efeitos do vazamento.
Não existe contradição com o que disse Tarso Genro. A interpretação do Estadão é puro analfabetismo funcional.
Se o vazamento envolveu suborno, será investigado o suborno. Se envolveu espionagem, será investigada espionagem. Se envolver chantagem, será investigada chantagem (veremos contra QUEM). Se receptadores da informação furtada receberam de forma criminosa, será investigada a receptação. Se houve uso para denunciação caluniosa será apurado.
Aalô PIG e oposição, vocês sabem o que fizeram, conforme o caso, é bom já ir constituindo seus advogados.
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