O ex-presidente Itamar Franco é um prodígio na arte de ser sem ter sido. Não mete a mão no bolso de ninguém, muito menos em dinheiro público. Mas é só um projeto pessoal.
A revelação que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso assinou cédulas de real depois de ter deixado o Ministério da Fazenda soam como confissão tardia de uma fraude que resultou na eleição daquele que ocupou dois ministérios em seu governo, o de Itamar. FHC foi chanceler e ministro da Fazenda. Isso depois que foram reveladas falcatruas de Eliseu Resende que ocupava a pasta da Fazenda. Que FHC é um embuste só não sabe quem não quer. O ex-presidente transitou de uma esquerda onde nunca esteve, só por oportunismo, para a condição de porta-voz mais ou menos privilegiado do Departamento de Estado norte-americano. Chegou a sonhar com o cargo de secretário geral da ONU, imaginando que seria uma espécie de presidente do mundo.
Está na condição de um dos mais rejeitados políticos brasileiros e luta desesperadamente para que o caixão de sua carreira não seja fechado. Quando ameaçam pregar o último prego levanta e tenta dar sinais de vida. A última esperança estava na eventual vitória da senhora Clinton nos EUA. Ou está. Imagina que possa vir a ser o secretário de Estado. Se um egresso do nazismo, Henry Kissinger, foi e ganhou o prêmio Nobel da Paz, por que ele não?
O problema de Itamar com FHC é de marido traído. Os dois fizeram um acordo quando do lançamento da candidatura tucana. FHC seria o candidato em 1994, apoiaria Itamar em 1998 e receberia em troca apoio em 2002. Rompeu o acordo e comprou a reeleição.
Tancredo conhecia FHC como a palma de sua mão. O ex-presidente já havia se oferecido para ser ministro de Tancredo, em 1984. Chegou a insinuar que iria conferir ao presidente e ao seu governo um status de prestígio internacional imensurável, o dele FHC.
Tancredo descartou. Aos mais próximos dizia nunca ter visto ninguém tão hipócrita e cínico em matéria de política. Cara de pau pura.
FHC tentou de todas as formas ser ministro de Collor e as desavenças com Mário Covas começaram aí. Covas era o presidente do PSDB e quando FHC disse que iria para o "sacrifício pelo Brasil" tentar salvar o País, já nas ruas exigindo a saída do presidente, Covas vetou.
O ex-presidente nunca perdoou Covas por não ter percebido e entendido que ele FHC é um "gênio único na história da humanidade" e gênios assim não gostam de ser contrariados, nem podem e nem devem.
É um tremendo de um sem vergonha. Com a diferença que nem rasga dinheiro, pelo contrário, guarda direitinho e nem corta a orelha fora.
Itamar se engana ao dizer que se arrepende de ter escolhido e apoiado FHC. Escolheu não. Foi enrolado por FHC e pela turma tucana que o cercava, inclusive Aécio Neves. Política tem desses troços. O avó de Aécio (só existe politicamente por ser neto de Tancredo) tinha aversão a FHC.
Aécio, que governa Minas do Rio de Janeiro, onde de fato mora, procura outro pouso neste momento. Quer ser candidato a presidente e custou a entender que o PSDB é um partido da FIESP/DASLU, um enclave estrangeiro em São Paulo.
Os registros das autoridades policiais norte-americanas dão conta que Álvaro Uribe é um dos cem maiores traficantes colombianos. Como senador abriu as portas para Pablo Escobar (dono de um dos maiores cartéis de drogas na América do Sul).
FHC em si e per si é, ele próprio, uma droga devastadora. Recebeu dinheiro da Fundação Ford, agregada do governo dos EUA, para montar outra fundação por aqui e vender o peixe do neoliberalismo, da privatização do Estado, da transformação do Brasil em entreposto do capital estrangeiro. Uma espécie de posto de troca de cavalos das diligências da Wells Fargo.
No fundo são dois embusteiros. Um que deixou fazer e outro que fez.
São tucanos, a filiação de Itamar ao PMDB é mera circunstância. Troca de partido quando achar necessário, como fez todas as vezes que achou. Já foi do PL (Partido Liberal), do PRN (Partido da Renovação Nacional) de Collor, já ameaçou entrar no PT, no PSDB, no PDT, no PV, é um errático que, como dizem os amigos mais próximos, nasceu virado para a lua.
Tucano é uma espécie de estado de espírito. Negativo.
O mau caratismo de FHC é tamanho que na eleição de 1998, quando Itamar disputava o governo de Minas pelo PMDB contra Eduardo Azeredo (o parceiro de Marcos Valério) do PSDB, ao ser perguntado sobre em quem votaria em Minas respondeu não que sabia, pois não era mineiro. Mas deu palpites em todas as eleições estaduais. É que Itamar mandou avisar que se recebesse críticas ou se FHC ajudasse Azeredo iria abrir o bico.
Ninho de cobras. Não tem antídoto. Como Azeredo é um pastel (mas também não rasga dinheiro) ficou no canto quietinho, chorando a traição e a derrota.
As declarações do ex-presidente Itamar Franco soam como puro despeito. Por que só agora?
Meio complicado, mas entender a cabeça de tucano é mais complicado ainda. Os caras são amorais por natureza. E dia desses FHC andou dizendo, vive dizendo isso, que o melhor para o País era a sua volta.
Putz, aí vai ter que voltar aquele negócio de "ame-o ou deixe-o e o último a sair apague a luz".
É fogo meu, você não faz a menor idéia de como esses caras seguram os tacos, encaçapam as bolas e carregam tudo nas pastas. E ainda são especialistas em comprar diplomas de melhores do ano.
No Natal concorrem àqueles concursos de melhor decoração no estilo engana trouxa, mas tudo com profissional.
É duro. Saem todos de Papai Noel. Ajudando e "arapucando".
Pilantragem da pior espécie. Itamar fala isso 14 anos depois.
Tem um prédio que Itamar construiu quando era engenheiro tão somente, que você desce umas escadas, chega ao "subsolo", toma o elevador, desce no quinto e enxerga o modelo em escala diminuta.
Laerte Braga
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