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quarta-feira, 26 de março de 2008

"Não sou pai dele" - E pensar que existe CFT


Fernando Henrique Cardoso, no plantão diário que dá na república FIESP/DASLU, onde tem assento e título de duque (o príncipe é Paulo Stak), falando sobre agências reguladoras (aquelas criadas no governo dele para mutretar o País – ANATEL, ANAEEL, etc), disparou, entre outras coisas, já no cafezinho, servido com brioches e pães que tais, que “não sou pai dele”. (Leia)

Referia-se ao governador de Minas Aécio Neves e sua proposta de aliança com o PSDB em Belo Horizonte e por extensão Minas, se possível no Brasil, tudo de olho nas eleições de 2010, mas passando, óbvio, pelas eleições deste ano de 2008.

É claro que FHC não é e nem poderia ser pai de Aécio. A mãe de Aécio, filha de Tancredo, é uma senhora de respeito, séria, jamais se envolveria com um cafajeste padrão FHC. Fora de cogitação.

E nem, refiro-me a mãe de Aécio, não tem culpa do filho.

Aécio governa Minas Gerais de mentirinha. Fica no Rio, passeia por Búzios, o poder é exercido numa ponta pelo vice-governador Anastásia qualquer coisa e por Drusila, irmã chamada Andréia do governador de direito. De fato se solto em BH. se perde. A aliança com o PT em Belo Horizonte existe desde a última eleição municipal, em 2004. As pesquisas mostravam que o deputado João Leite (PSB) liderava as preferências do eleitorado, dizia ter o apoio do governador de quem foi secretário e no meio do caminho tomou uma trombada de uma dessas carretas sem tamanho, quando viu os números despencarem e Pimentel ser reeleito com mais de 70% dos votos e apoio de Aécio.



Não pára por aí. Aécio recebeu a contrapartida nas eleições de 2006. Pimentel sequer tocava ou aparecia na campanha do candidato a governador do seu partido, PT, o ex-deputado Nilmário Miranda, trabalhava nas bases para Aécio e Aécio fingia que apoiava Alckimin, enquanto lutava pelo “companheiro Lula”.



Os “negócios” vão bem mais longe do que se imagina. Não foi por outra que Ciro Gomes veio a BH e manifestou apoio explicito ao diálogo PSDB/PT no estado, defendeu a sua ampliação, ambos, ele e Aécio, no desejo de trombar com José Serra e trombar para derrubá-lo.



Cesto de cascavéis. Você pensa que o cara está passando o cesto e vendendo pastéis, mas não é não. Se abrir na ilusão de um pastel, no máximo, de vento, no duro mesmo picada venenosa de cobras espertíssimas, treinadas e bem orientadas.



A disputa real de Aécio é com Serra e a declaração de FHC vai nessa direção. Outro cesto de cascavéis.



FHC é aquele sujeito que morreu, insiste em permanecer vivo, vivíssimo na hora de defender os patrões, vez em quando aparece e faz esse tipo de declaração de quem aparentemente não quer nada, mas quer tudo, até a esperança que os brasileiros “reconheçam” suas luzes, seu brilho e supliquem sua volta. No fundo, no fundo sonha é com isso.



E enquanto esse pesadelo não vem e nem virá, tenta garantir a candidatura de José Serra. A propósito o epíteto de “vampiro” aplicado pelo jornalista José Simão ao governador de São Paulo não leva em conta que Serra é o conde, o velho Drácula, FHC virou duque, mas é a mesma coisa.



A disputa se dá entre as elites paulistas entrincheiradas na república FIESP/DASLU (que na verdade é monarquia) e o resto do País.



Só que o resto quer carona noutro trem que anda meio desgovernado. Ora atira para um lado, ora atira para outro e não sabe bem para onde vai. Se Ciro, se Aécio, e quando Lula lança às feras o nome da ministra Dilma Roussef, a FIESP/DASLU logo reage através de um dos seus porta-vozes, a revista VEJA. Monta aquele negócio de dossiê, divulga o dito dossiê, todo recheado de mentiras e farsas através do ouvi dizer, fulano falou e fica por isso mesmo, missão cumprida, atiçar as piranhas do rio Tietê para devorarem todo e qualquer obstáculo às pretensões do conde José Serra.



Esse, por sua vez, blindado pela mídia, que mantém longe do noticiário o desastre que tem sido seu governo desde o primeiro momento, finge-se de morto, que não é com ele e sonha que FHC cale a boca e não atrapalhe mais que atrapalhou, enrolado com o rompimento da aliança DEMocratas e tucanos em São Paulo, com a cisma de Geraldo Alckimin em ser prefeito.



No fundo, nesse ninho de cobras, Serra sabe que Alckmin tem mais chances de derrotar Marta (outra que enrola-se nas próprias pernas e língua, o tamanho da vaidade) que Kassab, o atual prefeito. Não é difícil prever que o governador vai apoiar um pela manhã, outro à tarde, ficar na muda à noite e deixar o barco rolar.



Enquanto isso o PT, partido do presidente Lula, que, por sua vez, tem um dos mais altos índices de aprovação e perspectivas concretas de eleger seu sucessor, desgoverna-se na sede de cargos e poder (cúpulas), na mediocridade de uma sinecura aqui, outra ali e tromba com a realidade da construção de uma candidatura que possa significar algum avanço, alguma possibilidade real de impedir que os tucanos e democratas peguem de volta a chave do cofre, acabem de vender o Brasil, ou seja, completem a obra de FHC e passem a escritura definitiva no projeto “Brasil com Serra, uma nova Colômbia”



Vai ser uma espécie de jóia da coroa norte-americana.



E ainda tem um detalhe, o de troca de partidos em tempo hábil. Aécio sabe que tem vaga garantida no PMDB, mesmo com a oposição do grupo FIESP/DASLU, comandado pelo cabo Michel Anselmo Temer.



Esse cenário poderia ser resolvido no programa do Gugu, naquele negócio copiado da televisão americana, o de luta na lama, um tal de cai e levanta, escorrega, enfia o dedo nos olhos do adversário, golpes baixos, mas com direito do distinto público mandar todos eles para o devido lugar.



Bom, na pior das hipóteses, nessa conversa fiada de mercado que regula tudo, que resolve tudo, apareceu um pastor que criou a oração do emagrecimento. Se o cidadão rezar com fé, tem que ter fé absoluta, perde cinco quilos ao terminar a dita oração.



Vai haver reação dos spas, das academias de zumbis, dos personal trainers de objetos em forma de ser humano e dos cirurgiões com clínicas aptas a moldar bundas no padrão carioca de bunda.



Sem falar nos laboratórios de medicamentos que emagrecem sem dor e sem efeitos colaterais (tem quem acredite).



Aí a concorrência é desleal.



Você distinto amigo/a que lê essas linhas perdidas em meio a perplexidade diante de tantas besteiras, talvez elas linhas outras muitas besteiras, mas de indignação, tem idéia do que seja CFT?



Tem não?



Azar o seu meu. É um estado de espírito de êxtase total e absoluto diante ou de uma rosa, ou de uma estrela. Uma constelação.



Por aí tem salvação.



Já imaginou ser filho de FHC? Ninguém merece, nem o que ele não reconheceu na característica de todo cafajeste.



Mas, enfim, vá acompanhando o desenrolar dessa tragédia toda, Aécio, Serra, FHC, Alckmin e depois espere a conta.


Laerte Braga

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